José Vieira de Freitas nasceu no dia 13 de abril de 1880 no Município de Catolé do Rocha, que está localizado no Sertão paraibano, distante 411 quilômetros da cidade de João Pessoa, sendo filho de Pedro Vieira Carneiro e de Maria Floriana de Morais.
Os seus avós paternos se chamavam Manoel Vieira Carneiro e Antônia Maria de Jesus, já os maternos eram José Alexandre de Freitas Filho e Maria Floriana de Lacerda.
Durante muitos anos foi um dos pequenos agropecuaristas do Distrito de Brejo dos Santos, onde possuía uma propriedade de 40 hectares, que era denominada de Fazenda Favela:
“Para matar a nossa sede teríamos de ir buscar água com muito sacrifício, a mercê do favor de proprietários de outras fontes, muito longe, distante mesmo, nas cacimbas da Favela de Zé Vieira, no sítio Baldinho ou nos Panatís de seu Laurindo Nascimento.” (CARNEIRO, 2006: p. 15)
Segundo informações existentes no livro B-01, pertencente ao Cartório de Catolé do Rocha, tombo nº 314, página 184v, no dia 5 de novembro de 1910 contraiu matrimônio com Antônia Egíbia do Nascimento, que nasceu no dia 14 de julho de 1882, sendo filha de João Limeira de Sousa com Isabel Delfina da Paixão.
De seu matrimônio foram gerados nove filhos, quatro homens e cinco mulheres, sendo eles: Isabel Isaurina do Amor Divino, Manoel Vieira de Freitas, Maria Vieira de Freitas, Isaurina Isabel do Amor Divino, Antônia Vieira de Freitas, João Vieira de Freitas, Sebastião Vieira de Freitas, José Vieira de Freitas Filho e Maura Vieira de Freitas.
Por volta de 1927, a convite de um de seus vizinhos, mesmo sendo de confissão católica, passou a participar de algumas atividades religiosas que foram presididas pelo Rev. Harry Gerald Briault e juntamente com a sua família passou a compor um grupo de protestantes que se estabeleceu naquela localidade.
Depois disso, nos últimos meses de 1934, em forma de mutirão, esses protestantes conseguiram erguer um pequeno templo, que foi motivo de várias discórdias com a comunidade católica daquela localidade.
Antes da intensificação desses problemas, quando essa igreja recebia a sua autonomia administrativa, foi escolhido por sua assembleia como seu secretário:
“O trabalho evangélico crescia e em 22 de fevereiro de 1935, numa assembleia memorável e, sobretudo histórica, a congregação foi alçada a posição de igreja e agora recebendo o Rev. Horace M. Murfin, que era ministro do evangelho vinculado a União Evangélica Sul Americana, como seu primeiro pastor. Nesse dia, houve eleição e posse do irmão José Dorotéia Dutra como presbítero e na função de evangelista; os irmãos Amadeu Alves da Silva e Cícero Vieira de Freitas, diáconos; José Vieira de Freitas, ficou como secretário e Sebastião Alves da Silva, tesoureiro.” (CARNEIRO, 2006: p. 30)
Pouco tempo depois disso, em um grave movimento de intolerância religiosa que foi movido por um grupo de confissão católica, esse pequeno templo foi barbaramente destruído e muitos de seus frequentadores, para não morrerem, fugiram da localidade esperando que as coisas se acalmassem.
Em 1939, depois da destruição desse templo, quando os protestantes retornaram para localidade, esteve diretamente envolvido nos reparos do templo, até que, depois que uma nova e grave perseguição voltou a acontecer, foi instigado a procurar outro local para residir com a sua família e cultivar a sua fé.
Nessa época, tomou conhecimento do Município de Boa Viagem, no Sertão do Estado do Ceará, onde já residia alguns de seus parentes, que lhe prestaram informações e agilizaram a sua migração.
Depois de chegar ao Município de Boa Viagem, se estabeleceu com a sua família na localidade de Olho d’Água dos Facundos, onde comprou uma pequena propriedade, tornando a sua casa em um ponto de pregação da Igreja Evangélica Congregacional de Cachoeira.
Durante alguns anos, depois que se estabeleceu na cidade, passou a residir com a sua família na Rua Padre Antônio Correia de Sá, nº 329, Centro.
Mais tarde, no dia 15 de junho de 1955, foi surpreendida pelo inesperado falecimento de seu cunhado, Manoel José da Silva, conhecido por “Nequinho”, pouco tempo depois, no dia 27 de fevereiro de 1958, juntamente com os seus familiares, sofreu a dura perda de sua amada esposa, mais tarde, no dia 2 de junho de 1966, foi a vez de lamentar o falecimento de uma de suas irmãs, Felisbela Vieira de Freitas.
Segundo informações existentes no livro C-11, pertencentes ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 5.383, folha 93v, faleceu no Município de Boa Viagem, aos 94 anos de idade, no dia 9 de agosto de 1974.
Logo após o seu falecimento, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado em um mausoléu pertencente a sua família que existe no Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, Centro.
BIBLIOGRAFIA:
- CARNEIRO, Osmar de Lima. Fotografando o Amor. História de uma igreja perseguida. João Pessoa: JRC, 2006.
- CARNEIRO FILHO, David Vieira. A Perseguição aos Protestantes em Catolé do Rocha. Boa Viagem: Sem Editora, 2008.
- FRAGOSO VIEIRA, Ezequiel. A História da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem. Boa Viagem: Sem Editora, 1997.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Andarilhos do Sertão. A Chegada e a Instalação do Protestantismo em Boa Viagem. Fortaleza: PREMIUS, 2015.
HOMENAGEM PÓSTUMA:
- Em sua memória, na gestão do Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, embora ainda sem legislação específica, uma das ruas da vila de Olho d’Água dos Facundos, no Município de Boa Viagem, recebeu a sua denominação;
- Em sua memória, na gestão do Prefeito Benjamim Alves da Silva, através da lei nº 550, de 12 de dezembro de 1991, uma das ruas que se estendem pelos Bairros Alto da Queiroz e Recreio, na cidade de Boa Viagem, recebe a sua nomenclatura.
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