Jacob Carneiro de França Neto nasceu no dia 12 de julho de 1946 no Município de Cariré, que está localizado no Sertão de Sobral, no Estado do Ceará, distante 268 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Aderbal Carneiro de França e de Maria Lyra de França.
Os seus avós paternos se chamavam Jacob Carneiro de França e Tereza Elias de França, já os maternos eram Diogo Lyra Cavalcante e Maria do Carmo Cavalcante.
Alguns dias depois, em 25 de agosto, na Igreja Matriz de Santo Antônio, seguindo o costume da confissão religiosa de seus pais, recebeu o batismo pelas mãos do Mons. Tibúrcio Gonçalves de Paula Sobrinho.
Na época de seu nascimento o seu pai, que era farmacêutico, havia sido nomeado interventor do Município de Cariré pelo Dr. Faustino de Albuquerque e Sousa, governador do Estado do Ceará.
Algum tempo depois os seus pais decidiram sair da cidade de Cariré, passando a residir na cidade de Independência, onde estabeleceram a sua farmácia, seguindo logo depois para cidade de Monsenhor Tabosa.
Nessa cidade, no final da década de 1960, juntamente com a sua família, partilhou da irreparável perda de sua mãe, que faleceu vítima de um câncer.
Depois disso, na Igreja Matriz de São Sebastião, contraiu núpcias com Maria Guiomar Cavalcante França, que é nascida no dia 14 de março, sendo filha de Valdemar Dias Cavalcante e de Josefa Costa Cavalcante.
Desse matrimônio foram gerados quatro filhos, dois homens e duas mulheres, sendo eles: Reinaldo Cavalcante França, Renata Maria Cavalcante de França, Rômulo César Cavalcante França e Rachel Maria Cavalcante de França.
Nos primeiros anos da década de 1970, depois do encerramento do mandato de seu sogro a frente da Prefeitura do Município de Monsenhor Tabosa, juntamente com a sua esposa, deixou a cidade de Monsenhor Tabosa e se instalou comercialmente na cidade de Boa Viagem, onde o esposo de sua cunhada, o Prefeito José Vieira Filho – conhecido como Mazinho, exercia forte liderança política.
“Chegou ao solo boa-viagense, vindo de Monsenhor Tabosa, em 3 de abril de 1971, instalando, aqui, sua Farmácia Santa Maria, inaugurada no dia 12 do mesmo mês e ano.” (MARINHO, 2014: p. 109)
Na cidade de Boa Viagem, cheio de entusiasmo e simpatia pelos seus clientes, por meio do balcão de sua farmácia, conseguiu fazer uma grande amizade com as pessoas mais simples do Município, ganhando destes o apelido de “Mão-Santa”, tendo em vista conseguir acertar a maioria dos diagnósticos “consultados” por ele:
“A partir de então, passou a prestar o seu honroso trabalho de um bom farmacêutico à nossa população e, assim, conseguiu a credibilidade de todos e o reconhecimento às suas excelentes e humanitárias atividades. Por tudo isso, é carinhosamente conhecido e tratado como ‘O Mão-Santa’.” (MARINHO, 2014: p. 109)
No dia 15 de novembro de 1976, desejando entrar na vida pública através de uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores, militando nos quadros políticos da ARENA – a Aliança Renovadora Nacional, conseguiu ser eleito ao exercício de seu primeiro mandato.
Algum tempo depois, na sessão ordinária ocorrida no dia 31 de janeiro de 1979, foi eleito pelos seus pares como presidente da mesa diretora da Câmara Municipal para o segundo biênio, de 1979 a 1981.
Em outra sessão ordinária, ocorrida no dia 7 de abril de 1979, zelando pela presença dos vereadores e do quórum nas reuniões, garantiu combustível para o transporte daqueles que moravam distante da cidade e determinou que às reuniões da Câmara passariam a funcionar de forma regular no 1º e no 3º sábado de cada mês, iniciando sempre às 11 horas.
Pouco tempo depois, por meio da lei nº 356, de 11 de abril de 1981, proposição do Vereador Raimundo de Oliveira Mota, foi agraciado com o título de cidadania boa-viagense.
Nessa legislatura, que foi prorrogada por mais dois anos, dando apoio ao projetos vindos do gabinete do Prefeito Benjamim Alves da Silva, aprovou orçamento para construção do Centro Administrativo Gov. Virgílio de Morais Fernandes Távora; a instalação do projeto sertanejo; a construção do Terminal Rodoviário Samuel Alves da Silva; a construção do Terminal Aéreo Cel. Virgílio de Morais Fernandes Távora; a construção do Açude da Massangana; a construção das muralhas do Estádio Municipal Dr. Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos Neto e a instalação da EMATERCE – a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará.
No pleito eleitoral seguinte, que ocorreu no dia 15 de novembro de 1982, compondo à bancada do PDS – o Partido Democrático Social, com a legenda nº 1.619, concorreu a sua reeleição e conseguiu receber 687 votos, ficando entre os sete primeiros colocados dessa disputa e voltou à presidência da Câmara.
Nessa disputa eleitoral o voto era vinculado, quando o eleitor tinha de alinhar a sua escolha entre os poderes Executivo e Legislativo sob a pena de ter o seu voto anulado:
“Em 15 de novembro de 1982 o eleitorado brasileiro foi chamado a eleger os governadores que administrariam os seus Estados pelo interregno temporal de quatro anos, a contar de 15 de março de 1983, num pleito que envolveu cerca de 70 milhões de eleitores sendo a primeira eleição direta para governador de Estado desde os anos 1960. Neste pleito valeu o ‘voto vinculado’: o eleitor teria que escolher candidatos de um mesmo partido para todos os cargos em disputa, sob pena de anular o seu voto.” (S.N.T)
Nessa legislatura, embora não tenha passado todo o período de seu mandato na Câmara, apoiou os projetos encaminhados pelo gabinete do Prefeito José Vieira Filho, sendo eles: a reconstrução da Praça Antônio de Queiroz Marinho; a construção do edifício anexo à Escola de Ensino Médio Dom Terceiro; a construção da Escola de Ensino Fundamental Pe. Paulo de Almeida Medeiros; a construção do edifício da Teleceará e a instalação do sistema DDD; a construção do Parque de Vaquejadas e Eventos Joaquim Vieira Lima; a construção do Parque de Exposições Agropecuárias José Vieira de Lima; a construção do Açude Prefeito José Vieira Filho; a construção da Barragem Presidente Tancredo de Almeida Neves; a construção do Açude São José; a construção de cinquenta prédios escolares, postos de saúde e de uma Agência da Previdência Social.
Nessa mesma época, no período da tarde, pela Radiodifusora Asa Branca LTDA, AM 710, emissora pertencente ao grupo político que tinha por cabeça o Prefeito José Vieira Filho, passou a ser o produtor e apresentador do programa “Forrozão do Jacob Carneiro”, que trazia um repertório de músicas e humor, onde costumava chamar os seus ouvintes de “Brother”, um bordão que depois se tornou a sua marca entre os seus clientes:
“Pouco tempo depois dessa eleição, no dia 17 de setembro de 1983, conseguiu tornar realidade um sonho que foi acariciado por muito tempo, implantou com alguns sócios a primeira estação de rádio AM da cidade, a Radiodifusora Asa Branca LTDA, que foi a porta voz de seu grupo político até os primeiros anos da década de 1990.” (SILVA JÚNIOR, 2010: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/jose-vieira-filho/. Acesso no dia 3 de novembro de 2016)
Nas eleições municipais que ocorreram no dia 15 de novembro de 1988, militando nos quadros políticos do PMDB – o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, com a legenda nº 15.667, concorreu pela terceira vez na disputa de umas das vagas ao Poder Legislativo, oportunidade em que recebeu à confiança de 359 votos, sendo reeleito na décima quinta posição entre os vereadores dessa refrega política.
No dia 5 de abril de 1990, depois de muitas discussões, no exercício de sua função como edil, participou da assembleia municipal constituinte como membro da Comissão de Sistematização que deu origem a Lei Orgânica do Município de Boa Viagem.
Nessa legislatura, deu apoio aos projetos encaminhados pelo gabinete do Prefeito Benjamim Alves da Silva, foram eles: a construção do Camelódromo; a construção do Ginásio Poliesportivo Dirceu José dos Santos; a construção do Centro de Convivência do Idoso Olavo Bilac Brilhante; a construção do Hospital Infantil Sebastião Alves da Silva; a construção da Creche Comunitária Miriam Brito Fialho; a construção da Escola Agrotécnica Janival Almeida Vieira, além de várias casas populares.
Nos primeiros anos da década de 1990, ao fim do seu mandato, desejando enfrentar novos desafios profissionais, resolveu desfazer-se de sua farmácia, vendendo-a ao amigo Fernando Verçosa Pereira, passando a partir daí uma temporada na cidade de Fortaleza, regressando para cidade de Boa Viagem em meados de 2003, quando abriu às portas da “Farmácia Opção”.
No ano seguinte, na disputa eleitoral que ocorreu no dia 3 de outubro de 2004, militando nos quadros políticos do PL – o Partido Liberal, com a legenda nº 22.000, retomando o desejo de voltar à vida pública em uma das cadeiras do Poder Legislativo, recebeu apenas 490 votos e não conseguiu retornar à Câmara Municipal.
Em acordo com as informações existentes no livro C-09, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 7.928, folha 215v, sofrendo por conta de um câncer em sua próstata, faleceu ao fim da tarde do dia 16 de julho de 2019, poucos dias depois de completar 73 anos de idade.
Depois do seu falecimento o seu corpo recebeu as despedidas fúnebres na central de velórios da Funerária Poupa Urna, em seguida foi velado nas dependências da Câmara Municipal de Vereadores, sendo conduzido logo em seguida pelos seus familiares e amigos para um túmulo existente no Cemitério Parque da Esperança, que está localizado na Rua Maria de Nazaré Bezerra, s/nº, no Bairro de Nossa Srª de Fátima, na cidade de Boa Viagem, no Estado do Ceará.
BIBLIOGRAFIA:
- FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
- MAGALHÃES, Edileusa. Um Sonho de Felicidade. A História da Emancipação de Madalena. Fortaleza: Littere, 2009.
- MARINHO, Antônia de Lima. A Filha do Nordeste e Frutos Nordestinos. Boa Viagem: Máximos Impressões Gráficas, 2015.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- PARÓQUIA DE SANTO ANTÔNIO. Livro de registro dos batismos. 1944/1947. Livro A-01. Tombo nº 398. Página 227v.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Andarilhos do Sertão. A Chegada e a Instalação do Protestantismo em Boa Viagem. Fortaleza: PREMIUS, 2015.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. José Vieira Filho. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/jose-vieira-filho/. Acesso no dia 3 de novembro de 2016.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. A História da Saúde no Município de Boa Viagem. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 25 de outubro de 2016.
- VIEIRA FILHO, José. Minha História, Contada por Mim. Fortaleza: LCR, 2008.
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