O Fura-Olho

Eliel Rafael da Silva Júnior

Certo dia, nos primeiros anos da década de 1970, por ocasião da primeira missa celebração pelo Pe. Paulo Ângelo de Almeida Medeiros na vila de Águas Belas, o referido percebeu que a sua beleza e elegância atraia os olhares e o encanto dos presentes, especialmente das moças.
Comprometido com a rigidez litúrgica, uma das características de seu ministério, e já bastante inconformado com o que estava ocorrendo, bradou irritado em alta voz com os fiéis: Não olhem tanto para mim!
De repente, na multidão, preocupado em agradar ao padre e buscando uma solução para o problema, o animador da comunidade com uma voz baixinha, mas bem audível disse: – Ó meu Deus, onde é que eu vou conseguir tanta tesoura para furar os olhos desse povo?

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