Francisco Valdeni Vieira da Silva

Francisco Valdeni Vieira da Silva nasceu no dia 31 de julho de 1952 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Raimundo Fernandes da Silva e de Lucília Vieira Leite.
Os seus avós paternos se chamavam Francisco Fernandes da Silva e Maria Coleta da Conceição, já os maternos eram Raimundo Vieira Leite e Raimunda Nascimento de Jesus.
Deu início a sua vida estudantil em um local adaptado como escola existente no Salão Paroquial Mons. José Gaspar de Oliveira, sendo depois transferido pelos seus pais para uma das turmas da Escola de Ensino Fundamental Pe. Antônio Correia de Sá.
Depois disso, foi matriculado na Escola de Ensino Médio Dom Terceiro, onde concluiu o Ensino Fundamental nos últimos meses de 1979 na turma que recebeu o nome do Prefeito Benjamim Alves da Silva até que, em 1982, nessa mesma escola, concluiu o curso profissionalizante de Técnico em Contabilidade.
Antes disso, no dia 13 de abril de abril de 1972, segundo informações existentes no livro B-22, pertencente ao Cartório Geraldina, 1° Ofício, tombo nº 5.484, folha 195v, contraiu matrimônio com Rita Balbino da Silva, que é nascida no dia 7 de julho de 1952, sendo filha de Francisco Balbino de Sousa e de Maria de Sousa Jales.
Desse matrimônio foram gerados três filhos, um homem e duas mulheres, sendo eles: Aldenir Balbino da Silva, Ana Paula Balbino da Silva e Ana Katia Balbino da Silva.
Nos primeiros meses de 1974, com pouco mais de vinte e um anos de idade, juntamente com Raimundo Alves Batista, Luís Alves Batista, Luiz Araújo e outras pessoas, passou a se envolver diretamente nas lutas promovidas em favor dos agricultores e na fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Boa Viagem.
Nos primeiros anos da década de 1980, contando com uma grande simpatia popular, foi convencido a entrar na vida pública pelo Dr. Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos Neto – o Dr. Sérgio.
Pouco tempo depois dessa decisão, no dia 15 de novembro de 1982, compondo os quadros políticos do PDS – o Partido Democrático Social, com a legenda nº 1.627, ingressou na vida pública pleiteando uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores, quando conseguiu receber a confiança de 1.238 votos, sendo o vereador com a maior votação desse pleito.
Nessa disputa eleitoral o voto era vinculado, quando o eleitor tinha de alinhar a sua escolha entre os poderes Executivo e Legislativo sob a pena de ter o seu voto anulado: 

“Em 15 de novembro de 1982 o eleitorado brasileiro foi chamado a eleger os governadores que administrariam os seus Estados pelo interregno temporal de quatro anos, a contar de 15 de março de 1983, num pleito que envolveu cerca de 70 milhões de eleitores sendo a primeira eleição direta para governador de Estado desde os anos 1960. Neste pleito valeu o ‘voto vinculado’: o eleitor teria que escolher candidatos de um mesmo partido para todos os cargos em disputa, sob pena de anular o seu voto.” (S.N.T)

No dia 3 de agosto de 1984, no exercício de sua função, apresentou requerimento à mesa diretora da Câmara Municipal solicitando ao gabinete do prefeito a construção de escolas nas localidades de Poço Grande, Ipu, Inharé, e no Bairro de Nossa Srª de Fátima, na cidade de Boa Viagem.
Alguns dias depois, em uma sessão ordinária ocorrida no dia 24 de agosto, em um novo requerimento dirigido à mesa diretora da Câmara Municipal, solicitou do Poder Executivo a construção de escolas nas localidades de Agreste, Santos Cosme, Melancias e de um cemitério na localidade de Cachoeira dos Vales.
Nesse período, quando o Município enfrentava uma grave estiagem, percebendo os fortes indícios de corrupção e perseguição política por parte do gabinete do prefeito, esteve a frente na fiscalização das frentes de trabalho que eram mantidas pelo Governo Federal, mas eram vergonhosamente utilizadas como moeda de troca para alguns políticos locais.
Na Câmara Municipal, em seu primeiro mandato, foi o porta-voz dos funcionários da prefeitura, que não chegavam a ganhar sequer um salário mínimo, 13º salário e não tinham nenhuma garantia de estabilidade.
Certa ocasião, em uma sessão ordinária, interpelou ao gestor municipal o motivo pela qual os garis trabalhavam aos dias de sábado, quando os outros funcionários públicos não eram obrigados a trabalhar nesse dia da semana.
Pouco tempo depois, no dia 31 de janeiro de 1985, conseguiu ser eleito pelos seus pares para comandar à mesa diretora da Câmara, tendo como seu maior desafio e conquista conseguido gerenciar o duodécimo que por direito é do Poder Legislativo e até essa época era administrado seguindo os interesses do gestor do Poder Executivo, fazendo com que a Câmara de Vereadores, a partir de sua gestão, tivesse a sua autonomia administrativa.
Nessa legislatura apoiou alguns dos projetos encaminhados pelo gabinete do Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, sendo eles: a reconstrução da Praça Antônio de Queiroz Marinho; a construção do edifício anexo à Escola de Ensino Médio Dom Terceiro; a construção da Escola de Ensino Fundamental Pe. Paulo de Almeida Medeiros; a construção do edifício da Teleceará e instalação do sistema DDD; a construção do Parque de Vaquejadas e Eventos Joaquim Vieira Lima; a construção do Parque de Exposições Agropecuárias José Vieira de Lima; a construção do Açude Prefeito José Vieira Filho; a construção da Barragem Presidente Tancredo de Almeida Neves; a construção do Açude São José; a construção de cinquenta prédios escolares, postos de saúde e de uma Agência da Previdência Social.
No dia 27 de setembro de 1988, juntamente com o Dr. Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos Neto e outros acionistas, efetivou o projeto de implantação de uma rádio AM na cidade de Boa Viagem, operando na faixa 1.310, que recebeu o nome de Rádio Liberdade e tinha por objetivo combater o posicionamento ideológico e político da única emissora de rádio da cidade, a Rádio Asa Branca, pertencente ao grupo político do Prefeito José Vieira Filho.

“Foi fundada pelo Dr. Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos Neto, tendo outros sócios: Fernando Antônio Vieira Assef, Francisco Gomes Maciel, Hozano Melo Cavalcante, Francisco Valdeni Vieira da Silva, Adelmo Vieira de Freitas, José Mendes Vieira, Manoel Vaz Filho, Francisco Andrade Teófilo Girão, Francisco Valter Silva e Jessé Alves da Silva.” (NASCIMENTO, 2002: p. 243)

Pouco tempo depois, no pleito eleitoral que ocorreu no dia 15 de novembro de 1988, dessa vez estando filiado na bancada do PFL – o Partido da Frente Liberal, com a legenda nº 25.601, conseguiu ser reeleito ao seu segundo mandato depois de receber a confiança de 546 eleitores, estando entre os quatro vereadores de maior votação dessa eleição.
Nessa legislatura, na primeira sessão, voltou a ser escolhido pelos seus pares para presidir a mesa diretora da Câmara Municipal no primeiro biênio, empreendendo uma grande reforma no Edifício Vereador Raimundo de Oliveira Mota.
Antes disso, no dia de sua posse, foi duramente atacado em um discurso que foi proferido pelo Vereador Luís Alves Batista, que ficou registrado na página 48v do livro de atas:

“Agradeceu em seu nome, em nome de seu pai e de sua esposa a todos aqueles que o ajudaram e prometeu, a qualquer custo, cumprir com o que prometeu… e aproveitou também a oportunidade para responder ao povo, porque não havia sido escolhido como presidente. Disse ele: ‘Coloquei o meu nome como presidenciável porque tive mais votos, essa é a concepção… mas prevaleceu o egoísmo e a ambição daquele que já foi presidente da Câmara’.”

Pouco tempo depois, nos últimos meses de 1989, depois de vários anos envolvido na diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, onde chegou a ser durante muito tempo o seu tesoureiro, após concorrer a sua presidência, foi afastado de seu quadro de direção por não ter como conciliar as duas funções.
Esse afastamento foi motivado também pelo presidente do sindicato, na época presidido pelo Vereador Luís Alves Batista, que ficou descontente por não ter sido escolhido como presidente da mesa diretora da Câmara de Vereadores, procurando de todas as formas cercear a sua influência dentro daquela agremiação.
Pouco tempo depois desses episódios, no dia 5 de abril de 1990, depois de muitas discussões, no exercício de sua função como edil, participou da assembleia municipal constituinte que deu origem a Lei Orgânica do Município de Boa Viagem.
Nessa legislatura, deu apoio aos projetos encaminhados pelo gabinete do Prefeito Benjamim Alves da Silva, foram eles: a construção do Camelódromo; a construção do Ginásio Poliesportivo Dirceu José dos Santos; a construção do Centro de Convivência do Idoso Olavo Bilac Brilhante; a construção do Hospital Infantil Sebastião Alves da Silva; a construção da Creche Comunitária Miriam Brito Fialho; a construção da Escola Agrotécnica Janival Almeida Vieira, além de várias casas populares.
Na eleição que ocorreu no dia 3 de outubro de 1992, ainda no PFL, dessa vez com a legenda nº 25.602, conseguiu ser reeleito ao seu terceiro mandato depois de receber 738 votos, ficando novamente entre os quatro vereadores de maior preferência dos eleitores.
Nessa legislatura, foi reconduzido pelos seus pares à presidência da Câmara no primeiro biênio, enfrentando grande oposição por conta do bloco de vereadores favoráveis ao nome do Vice-prefeito Antônio Argeu Nunes Vieira.
Depois disso, em meio a grandes tumultos, que gerou uma enorme crise financeira e política no Município de Boa Viagem, fez parte do bloco que era veementemente contra o processo de impeachment do Prefeito Dr. Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos Neto.
Segundo informações existentes no jornal “Voz & Vez”, ano I, nº 2, edição de outubro de 1995, participou com outros colegas do seminário regional que tratou sobre aposentadoria e ocorreu na cidade de Quixeramobim:

“Assunto de vital importância para o trabalhador rural, comerciantes e empresários… Na comitiva de Boa Viagem estavam presentes os seguintes vereadores: João Mozart Silus Cunha, Rosa Vieira, Maria Conceição, Antônio França, Antônio Pereira, José Mendes, Hermínio Veras, Valdeni Vieira, Fernando Assef, José Diniz, João Martins e Francisco Lobo… O destaque de nossa representação no encontro foi a participação direta nos debates, quando os vereadores Fernando Assef e Valdeni Vieira questionaram e se posicionaram contra a política oficial do governo por ser ‘burocrática e exigir uma documentação excessiva para se requerer uma aposentadoria rural’. Os nossos vereadores falaram com conhecimento de causa, o primeiro é advogado e o segundo é um ex-sindicalista ativo na região.”

Na eleição municipal seguinte, que ocorreu no dia 3 de outubro de 1996, partindo para o seu quarto mandato, filiado nos quadros políticos do PSD – o Partido Social Democrático, dessa vez com a legenda nº 41.611, recebeu 994 votos e ficou entre os oito vereadores de maior votação dessa eleição.

Imagem de seu material de campanha.

No pleito eleitoral que ocorreu no dia 1º de outubro de 2000, o primeiro a ser completamente informatizado no Município de Boa Viagem, caminhando para o seu quinto mandato, ainda militando nos quadros políticos do PSD, dessa vez com a legenda nº 41.698, recebeu 707 votos e ficou entre os nove vereadores de maior preferência entre os eleitores.
Nesse período, nos últimos meses de 2003, pela UVA – a Universidade Estadual Vale do Acaraú, conseguiu concluir o curso de história e geografia, um sonho antigo que conseguiu realizar, seguindo de uma especialização em gestão escolar.

Imagem de seu material de campanha.

No dia 3 de outubro de 2004, militando dentro dos quadros políticos do PP – o Partido Progressista, dessa vez com a legenda nº 11.111, seguiu para o seu sexto mandato eletivo depois de receber 1.417 sufrágios, ficando entre os seis vereadores de maior votação dessa disputa.

Imagem de seu material de campanha.

No dia 5 de outubro de 2008, decidido a disputar o seu sétimo mandato eletivo, ainda no PP, com a mesma legenda do pleito anterior, conseguiu receber 1.031 votos e ficou com a nona vaga disponível nessa legislatura.

Imagem do Vereador Francisco Valdeni Vieira no exercício de sua função, em 2014.

Na eleição municipal que ocorreu no dia 7 de outubro de 2012, colocando o seu nome para escolha popular pela oitava vez, ainda filiado no PP, com a mesma legenda do pleito anterior, conseguiu receber à preferência de 1.342 eleitores e ficou entre os oito vereadores de maior votação dessa eleição.

“A sua vida parlamentar possui uma enorme lista de serviços prestados a comunidade boa-viagense. Ele possui uma ampla experiência legislativa e enfrenta o oitavo mandato. Como parlamentar busca prover as necessidades primaria da saúde, educação e as melhorias da qualidade de vida do trabalhador do campo.” (CÂMARA DE VEREADORES DE BOA VIAGEM, 2016: Disponível em www.camaradeboaviagem.gov.br. Acesso no dia 8 de outubro de 2016)

No dia 1º de outubro de 2015, no plenário da Assembleia Legislativa do Estado, foi um dos vereadores a receber homenagens da UVC – a União dos Vereadores do Ceará, entidade que tem por finalidade lutar pelos direitos dos vereadores do Estado:

“A UVC celebrou nesta quinta-feira o Dia do Vereador em sessão solene na Assembleia Legislativa do Ceará. A solenidade aconteceu no Plenário 13 de Maio e teve uma programação repleta de homenagens aos parlamentares. Vereadores de todo o Ceará estiveram presentes, totalizando cerca de 150 pessoas, além dos deputados, assessores e profissionais da imprensa… Também receberam homenagem o vereador de Guaraciaba do Norte, Valdemiro Martins Ribeiro; de Boa Viagem, Francisco Valdeni Vieira Da Silva…” (UVC, 2015: Disponível em http://uvceara.com.br/uvc-celebra-o-dia-do-vereador-em-sessao-solene-na-alce/. Acesso no dia 19 de março de 2017)

Na eleição municipal que ocorreu no dia 2 de outubro de 2016, dessa vez estando filiado nos quadros políticos do PSD – o Partido Social Democrático, com a legenda nº 55.666 e sem um palanque para subir, foi maliciosamente prejudicado pelo acordo firmado pelo Dr. Domingos Gomes de Aguiar Filho que visou eleger Aline Cavalcante Vieira.

Imagem de seu material de campanha.

Mesmo com todas as dificuldades colocadas em seu caminho, sem desanimar frente ao grande desafio, decidiu partir para disputa de sua nona eleição, entretanto, mesmo conseguindo receber a soma de 1.161 votos, ficando entre os doze mais votados do pleito, por conta da legenda, ocupou a 1º suplência de seu partido e conheceu a sua primeira derrota nas urnas depois de uma vida de trinta e quatros anos totalmente dedicadas ao bem estar do Município de Boa Viagem.
Na eleição municipal ocorrida em 2020, fora da disputa por decisão pessoal, deu total apoio a eleição do Prefeito José Carneiro Dantas Filho – o Régis Carneiro, ocupando nesse período de governo a função de assessor parlamentar na Câmara Municipal de Vereadores.

BIBLIOGRAFIA:

  1. CÂMARA DE VEREADORES DE BOA VIAGEM. Francisco Valdeni Vieira. Disponível em www.camaradeboaviagem.gov.br. Disponível em 8 de outubro de 2016.
  2. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  3. UVC. União dos Vereadores e Câmaras do Ceará celebra o dia do vereador em sessão solene na Assembleia Legislativa. Disponível em http://uvceara.com.br/uvc-celebra-o-dia-do-vereador-em-sessao-solene-na-alce/. Acesso no dia 19 de março de 2017.