Francisco de Assis Lobo de Sousa nasceu no dia 30 de outubro de 1951 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Frutuoso Pereira de Sousa e de Alice Lobo de Sousa.
Os seus avós paternos se chamavam José Pereira de Lima e Tertulina de Sousa Jales, já os maternos eram Izaias Lobo Cavalcante e Maria Regina Cavalcante.
Na época em que nasceu o Município de Boa Viagem não dispunha de uma casa de parto, fato que obrigou aos seus pais a contar com os valiosos serviços de uma parteira na localidade de Taperinha, onde passou grande parte de sua infância.
“Durante muitos anos, os únicos profissionais de saúde existentes em nossa região foram às parteiras, mulheres que normalmente recebiam esse aprendizado de forma hereditária, ou seja, a filha de uma parteira acompanhava a sua mãe no atendimento às mulheres em trabalho de parto auxiliando-a de acordo com as necessidades do momento, possibilitando, assim, após algum tempo de prática, o aprendizado para continuidade do ofício.” (SILVA JÚNIOR, 2016: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 25 de outubro de 2016)
Alguns anos depois, ainda residindo nessa localidade, quando chegou a sua idade de receber instrução formal, foi matriculado por seus pais em uma das turmas da Escola de Ensino Fundamental Vereador José Vieira de Lima, onde cursou até à 3ª série do Ensino Primário.
Nos primeiros meses de 1969, a convite de um parente de sua mãe, o Vereador Raimundo Lobo de Sales, os seus pais passaram a residir na localidade de Salgado, onde enfrentaram uma difícil estiagem, obrigando-os a seguirem no ano seguinte para cidade de Fortaleza, onde receberam grande apoio de outro parente, o Dr. José Aroldo Cavalcante Mota, que nessa época era o secretário de segurança pública do Estado e tinha um grande circulo de amizades.
Mais tarde, nos últimos meses de 1971, semelhantemente a outros jovens de sua época, resolveu tentar a sorte na cidade de São Paulo, sendo contratado dentro de pouco tempo pela Borg Warner, uma empresa que fabricava lonas de freio e outros equipamentos automotivos, onde trabalhou ininterruptamente por quase dez anos.
Nesse período, depois de estabelecido, mensalmente mandava uma pequena quantia de seu salário para manutenção de seus pais, que não eram aposentados, conseguindo também fazer algumas economias, que mais tarde foram aplicadas na compra de uma pequena propriedade na localidade de Sibiró.
No dia 4 de setembro de 1980, depois de quatro anos de noivado, segundo informações existentes no livro B-04, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 1.288, folha 120, contraiu matrimônio com Minúcia Fragoso da Silva Sousa, que era nascida no dia 6 de novembro de 1959, sendo filha de Rubens Manoel da Silva e de Adelita Fragoso da Silva.
Nessa época, depois de retornar para Boa Viagem, estabeleceu-se comercialmente em sociedade com o seu sogro abrindo uma pequena padaria na Rua José Rangel de Araújo, nº 98, Centro, que alguns anos depois, quando essa sociedade finalmente foi liquidada, foi transferida para Rua Agronomando Rangel, nº 443, passando a ser chamada de Padaria Silva & Lobo, tendo a sua residência estabelecida no pavimento superior de seu empreendimento comercial.
Algum tempo antes disso, como a sua esposa não conseguia gerar filhos, adotou como sua uma criança do sexo feminino, que recebeu o nome de Rebeca da Silva Sousa.
Mais tarde, na eleição municipal que ocorreu no dia 3 de outubro de 1992, desejando entrar na vida pública por meio de um mandato eletivo na Câmara Municipal de Vereadores de Boa Viagem, militando nos quadros políticos do PSC – o Partido Social Cristão, com a legenda nº 20.616, conseguiu ser eleito depois de receber a confiança de 465 votos, ficando entre os quinze vereadores de maior preferência dos eleitores.
Nesse tempo, fazendo parte do bloco de vereadores que foram favoráveis ao impeachment do Prefeito Dr. Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos Neto – o Dr. Sérgio, sofreu significativos prejuízos em seu ramo comercial por conta de uma onda de difamações que foram veiculadas na Rádio Liberdade no programa “A Voz do Povo”, que nessa época era apresentado pelo radialista Carlos Alberto Salvador.
Mesmo com todo esse processo de difamação, sem desanimar frente aos obstáculos, expandiu os seus negócios comerciais implantando sorveterias nas cidades de Parambu, Nova Russas e Tauá, onde também abriu uma filial de sua padaria.
Nos primeiros meses de 1993, na cidade de Tamboril, envolvido em um relacionamento extraconjugal com Otacília Ribeiro Soares, sendo filha de Feliciana Ribeiro Soares e de Francisco Ribeiro Soares, gerou um filho, sendo ele João Vitor Ribeiro Soares.
Segundo informações existentes no jornal “Voz & Vez”, ano I, nº 2, edição de outubro de 1995, participou com outros colegas do seminário regional que tratou sobre aposentadoria e ocorreu na cidade de Quixeramobim:
“Assunto de vital importância para o trabalhador rural, comerciantes e empresários… Na comitiva de Boa Viagem estavam presentes os seguintes vereadores: João Mozart Silus Cunha, Rosa Vieira, Maria Conceição, Antônio França, Antônio Pereira, José Mendes, Hermínio Veras, Valdeni Vieira, Fernando Assef, José Diniz, João Martins e Francisco Lobo… O destaque de nossa representação no encontro foi a participação direta nos debates, quando os vereadores Fernando Assef e Valdeni Vieira questionaram e se posicionaram contra a política oficial do governo por ser ‘burocrática e exigir uma documentação excessiva para se requerer uma aposentadoria rural’. Os nossos vereadores falaram com conhecimento de causa, o primeiro é advogado e o segundo é um ex-sindicalista ativo na região.”
No dia 2 de outubro de 1995, juntamente com os vereadores Sidônio Fragoso Vieira e o Dr. Fernando Antônio Vieira Assef, foram indicados pelos seus companheiros para comporem uma Comissão Parlamentar de Inquérito que tinha por objetivo investigar a compra irregular de leite em pó e óleo comestível para o “Programa de Atendimento aos Desnutridos e Gestantes em Risco Nutricional”, que foi instituído pelo Ministério da Saúde na gestão do Prefeito Antônio Argeu Nunes Vieira, onde serviu de secretário dessa CPI.
Na eleição municipal seguinte, que ocorreu no dia 3 de outubro de 1996, desejando a sua reeleição, dessa vez estando filiado na bancada do PSDB – o Partido da Social Democracia Brasileira, com a legenda nº 45.616, conseguiu ser reeleito depois de receber a confiança de 632 eleitores, ficando entre os treze vereadores de maior votação dessa eleição.
Nessa época, percebendo que os seus negócios comerciais estavam sendo prejudicados por conta de seu engajamento político, resolveu entregar a sua padaria sob a gerência de um de seus irmãos, vindo a falência pouco tempo depois.
Algum tempo depois, atravessando graves problemas em sua saúde por conta de uma inflamação na próstata, que foi adquirida nas viagens onde acompanhava o desenvolvimento de seus negócios, buscou tratamento médico na cidade de Fortaleza, onde recebeu grande apoio do Dr. Sérgio Amaro Sátiro Fernandes.
No pleito eleitoral que ocorreu no dia 1º de outubro de 2000, o primeiro a ser completamente informatizado no Município de Boa Viagem, já curado de sua enfermidade, caminhando para o seu terceiro mandato, dessa vez compondo à bancada do PTB – o Partido Trabalhista Brasileiro, com a legenda nº 41.698, conseguiu mais uma vez ser eleito depois de receber 599 votos, ficando dessa vez entre os dezessete vereadores de maior preferência entre os eleitores.
Nessa época, envolveu-se em um relacionamento extraconjugal com Eliene Alves da Cruz, que é nascida no dia 4 de março de 1978, sendo filha de José Carneiro da Cruz com Maria Alves da Cruz.
Desse relacionamento foram gerados três filhos, todos homens, sendo eles: Renan Alves Lobo, Robson Alves Lobo e Rauam Alves Lobo.
Chegando ao fim dessa legislatura, depois da decisão da justiça em diminuir o número de cadeiras na Câmara Municipal de Vereadores de dezenove para dez, decidiu sair da vida pública para não por em risco o restante de seu patrimônio.
Alguns anos mais tarde, na disputa eleitoral ocorrida no dia 7 de outubro de 2012, depois de um tempo fora da vida pública, dessa vez militando nos quadros políticos do PMDB – o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, com a legenda nº 15.111, decidiu retomar a sua cadeira no Poder Legislativo, mas conseguiu receber apenas 364 votos, ficando pela primeira vez em sua trajetória política na suplência de sua coligação.
Depois disso, na gestão do Prefeito Dr. Fernando Antônio Vieira Assef, foi contratado pela Prefeitura de Boa Viagem para mensalmente fazer o transporte dos medicamentos e outros equipamentos para o Hospital e Casa de Saúde Adília Maria de Lima.
Nos últimos anos de sua vida descobriu sofrer com diabetes e graves problemas renais, o que lhe obrigava a fazer constantemente hemodiálise.
Faleceu no dia 25 de maio de 2020, aos sessenta e oito anos de idade, quando estava internado no HRSC – o Hospital Regional do Sertão Central, na cidade de Quixeramobim.
Logo após o seu falecimento, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado por seus familiares em um mausoléu existente Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, Centro.
BIBLIOGRAFIA:
- FRANCO, G.A. & CAVALCANTE VIEIRA, M.D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. A História da Saúde no Município de Boa Viagem. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/saude/. Acesso em 25 de outubro de 2016.
- VIEIRA FILHO, José. Minha História, Contada por Mim. Fortaleza: LCR, 2008.
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