Francisco Alves de Sousa

Francisco Alves de Sousa nasceu no dia 4 de outubro de 1940 no Município de Pombal, que está localizado no Sertão paraibano, distante 371 quilômetros da cidade de João Pessoa, sendo filho de José Pedro de Sousa e de Rita Maria de Sousa.
Os seus avós paternos se chamavam Manoel Ananias da Silva e Luíza Maria de Sousa, já os maternos eram José Pereira da Silva e Maria Francisca de Jesus.
Passou grande parte de sua infância e juventude na localidade de Gado Bravo, na zona rural do Município de Pombal, onde os seus avós paternos possuíam uma pequena propriedade, até que, nos últimos meses de 1960, seguindo o destino de alguns dos seus tios, os seus pais decidiram migrar para o Município de Boa Viagem, no Estado do Ceará.
Alguns anos antes disso, seus tios, a começar por Eleotério Manoel da Silva e Antônio Manoel da Silva, fixaram residência nesse Município, onde por carta davam boas referências das terras cearenses.
Mais tarde, no dia 17 de dezembro de 1960, chegou com o seus pais e seus irmãos em solo boa-viagense, passando a residir, dentro de pouco tempo, na localidade de Pocinhos, que está localizada dentro dos limites geográficos do Distrito de Olho d’Água dos Facundos.
Nessa localidade, dentro de pouco tempo, os seus pais, que eram de confissão protestante, transformaram a sua casa em um ponto de pregação da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem, recebendo regularmente às visitas do Rev. Ezequiel Fragoso Vieira.
Em uma dessas visitas, teve a oportunidade de conhecer a cunhada do pastor, que se chamava Eliane da Silva Alves, que nasceu no dia 10 de janeiro de 1945, sendo filha de Exgesso Rafael da Silva e de Maria da Penha Silva, que veio da cidade do Recife passar férias na cidade de Boa Viagem.
Algum tempo depois, na manhã do dia 17 de julho de 1969, segundo informações existentes no livro B-21, pertencentes ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 5.025, folha 159v, diante da Drª Gizela Nunes da Costa, contraiu matrimônio civil.

Imagem de seu casamento, em 1969

Desse casamento foram gerados cinco filhos, duas mulheres e três homens, sendo eles: Azenete da Silva Alves, Ezequias da Silva Alves, Ebenézer da Silva Alves, Azeneide da Silva Alves e Eudes da Silva Alves.
Depois de casado, passou a residir com a sua esposa em uma das casas existentes dentro da propriedade de seu pai, até que, nos primeiros anos da década de 1970, por conta de uma estiagem, decidiu migrar com a sua família para o Município de Caruaru, no Estado de Pernambuco, habitando durante algum tempo em uma das fazendas de seu cunhado, Emelson Rafael da Silva, que era um destacado empresário do ramo de beneficiamento de couro daquele Município.
Pouco tempo depois, chegando à quadra invernosa no Município de Boa Viagem, resolveu regressar ao Estado do Ceará com a sua família e nessa oportunidade, depois de muitas economias, conseguiu juntar uma soma em dinheiro para adquirir uma excelente propriedade, que era denominada de Bom Sucesso, pertencente ao espólio de David Vieira da Silva.
Essa propriedade, que é bastante fértil, está localizada nas proximidades do Açude Monsenhor José Cândido de Queiroz Lima, conhecido como “Açude da Arara”, bem próximo da propriedade de seus pais.
Nessa época, nos últimos meses de 1976, juntamente com a sua família, foi surpreendido pelo falecimento de sua sogra, que veio a óbito por conta de um câncer no estomago.
Mais tarde, nos primeiros meses de 1980, novamente por conta de seguidos anos de estiagem, resolveu retornar com a sua família para propriedade de seu cunhado, no Município de Caruaru.
Algum tempo depois, no dia 24 de dezembro de 1983, depois de ter regressado ao Município de Boa Viagem, partilhou com a sua família do inesperado falecimento de sua filha mais velha, que veio a óbito na cidade de Fortaleza vítima de um cisto cerebral.
Nos últimos meses de 1987, desejando dar melhor qualidade de vida aos seus filhos, adquiriu uma pequena propriedade próximo da cidade de Boa Viagem, que é denominada de Juazeiro, local onde mantinha um ponto de pregação regular da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem.
A partir dos primeiros anos da década de 1990, por conta das difíceis condições sociais do país, os seus filhos, aos poucos, decidiram partir para o Estado de São Paulo em busca de melhores condições de sobrevivência, fato que dificultou o desenvolvimento do trabalho em sua propriedade.
No ano seguinte, no dia 24 de maio, sucessivas perdas se abateram sobre a sua família, inicialmente foi a morte do seu pai, pouco tempo depois foi a vez de sua mãe, mais tarde a de seu sogro e por fim a de um de seus cunhado, que se chamava Eliel Rafael da Silva.
Pouco tempo depois, nos primeiros meses de 1999, por conta dos problemas políticos  e doutrinários existentes dentro da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem, que findaram em uma divisão, juntamente com a sua família passou a compor o quadro de membros da Igreja Evangélica Congregacional de Cachoeira, fortalecendo o grupo que algum tempo depois passou a compor a Igreja Evangélica Boa-viagense.

“Embora nos dias de hoje ela não possua nenhuma congregação, ninguém pode tomar-lhe o mérito de ser a igreja mãe da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem e da Igreja Evangélica Boa-viagense, duas das principais igrejas protestantes estabelecidas na cidade de Boa Viagem, que regularmente costumam receber àqueles que migram para o principal centro urbano do Município.” (SILVA JÚNIOR, 2015: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/igreja-evangelica-congregacional-de-cachoeira/. Acesso no dia 3 de dezembro de 2017)

Nessa época, recebendo a valiosa ajuda dos seus filhos que estavam no Sudeste, conseguiu adquirir um veículo da montadora Ford, modelo Pampa, que utilizava regularmente para o transporte de pessoas para os cultos que aconteciam na cidade, sendo mais tarde um dos apoiadores para fundação de uma congregação na localidade de Anafuê.

Imagem de Francisco Alves de Sousa e de sua família, em 2001.

Em sua propriedade, aproveitando melhor a sua produção de leite, juntamente com a sua esposa, deu inicio a uma pequena fábrica de doces, conseguindo a façanha de vender toda a sua produção no comércio da cidade, principalmente nas escolas.
Mais tarde, no dia 27 de dezembro de 2001, conforme informações existentes no livro C-05, pertencente ao Cartório Geraldina, tombo nº 3.940, folha 18v, quando ia fazer a entrega de uma encomenda de sua fábrica, pilotando uma motocicleta Honda CBX, cor vinho, placa CFV 9240, entrou de forma desatenta na Rodovia Federal Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, a BR-020, sendo colhido violentamente por uma caminhonete que irresponsavelmente não parou para prestar-lhe socorro.
Logo após o seu falecimento, depois das exéquias fúnebres que são de costume, que ocorreram no templo da Igreja Evangélica Boa-viagense, o seu corpo foi sepultado por seus familiares em um túmulo existente no Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, n° 295, Centro, onde finalmente encontrou repouso.

Imagem do mausoléu de Francisco Alves de Sousa, em 2010.

HOMENAGEM PÓSTUMA:

  1. Em sua memória, na gestão do Prefeito Dr. Fernando Antônio Vieira Assef, através da lei nº 1.234, de 17 de abril de 2015, um das ruas do Bairro Recreio, na cidade de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura.

BIBLIOGRAFIA:

  1. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  2. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Andarilhos do Sertão: A Chegada e a Instalação do Protestantismo em Boa Viagem. Boa Viagem, CE: Premius, 2010.
  3. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. A Igreja Evangélica Congregacional de Cachoeira. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/igreja-evangelica-congregacional-de-cachoeira/. Acesso no dia 3 de dezembro de 2017.