Felizometha da Corte Celeste de Abreu Lessa

Felizometha da Corte Celeste de Abreu Lessa nasceu em uma data ainda desconhecida no território do Município de Quixeramobim, no Sertão Central do Estado do Ceará, sendo a sua sede distante 203 quilômetros da cidade de Fortaleza.
Ao nascer os seus pais biológicos logo procuraram um local seguro e abastado para lhe deixar exposta, escolhendo preferencialmente um casal que não tivesse filhos e que possuísse condições financeiras para lhe prover uma boa vida.
Possivelmente seguindo esses critérios procuraram a Fazenda Canafístula, especificamente a casa do Coronel Domingos Victor de Abreu Vasconcelos e de Maria Francisca de Paula Lessa, que ficou conhecida como “Marica Lessa”.
Depois desse fato desconhecemos sobre a sua infância e juventude até que, na manhã do dia 20 de setembro de 1853, ocorrendo uma crise conjugal entre os seus pais adotivos, a sua base familiar foi totalmente modificada por conta de um crime que vitimou o seu padrasto e abalou o comportamento da opinião pública da Província.

“De súbito, pelas 8 horas, a vila teve o seu ritmo alterado, porque não dizer, profundamente abalado, por uma trágica ocorrência. Por essas horas, chega à casa do Cel. Domingos Victor de Abreu e Vasconcelos um seu escravo, tido como seu afilhado, de nome Manuel Ferreira do Nascimento, vulgo Curumbé (em alguns documentos encontra-se a forma Corumbé). Esse, contam os anais da história, vinha orientado por Maria Francisca de Paula Lessa (Marica Lessa ou Marica de Abreu), esposa do Cel. Domingos Victor de Abreu e Vasconcelos, e pelo Senhorinho Antônio da Silva Pereira, para assassinar o padrinho.” (SIMÃO, 1996: p. 196)

Alguns meses depois desse triste episódio, no dia 13 de janeiro de 1854, em acordo com as informações existentes no livro B-05, pertencente à secretaria da Paróquia de Santo Antônio de Quixeramobim, folha 216v, na Capela do Senhor do Bonfim, diante do Pe. José Jacinto Bezerra, contraiu matrimônio religioso com Américo Carneiro da Silva Oliveira, que nasceu no dia 29 de setembro de 1825 no Município de Campo Maior, localizado na região Centro-Norte do Estado do Piauí, sendo filho de José Mathias Carneiro e de Josefa Maria de Oliveira.

Uma relíquia que foi destruída!
Imagem do casarão pertencente ao Capitão Américo Carneiro de Oliveira e Felizometa da Corte Celeste Abreu Lessa, fundadores do Cemitério das Lembranças, em Boa Viagem.
Esse casarão está na Fazenda Olho d’Água dos Carneiros, no território do Município de Madalena.
Créditos e informações do amigo Sérgio Campos.

Desse matrimônio foi gerando grande descendência, dentre eles destacamos: Rodolpho Carneiro da Silva Oliveira, Salustiano Carneiro da Silva, Maria Carneiro da Silva Oliveira, Festo Carneiro da Silva Oliveira, Maria Amélia Carneiro da Costa, Amélia Carneiro da Silva Oliveira, Ângela Carneiro da Silva Oliveira, Hermínio Carneiro da Silva Oliveira, Heráclito Carneiro da Silva Oliveira, Abília Carneiro da Silva Oliveira, Josefa Carneiro da Silva Oliveira, Maphiza Carneiro da Silva Oliveira e Cosma Carneiro da Silva Oliveira.
Depois de casada passou a residir em uma localidade denominada de Lembranças, nos dias de hoje dentro do território do Município de Boa Viagem, onde o seu esposo se constituiu em um dos importantes agropecuaristas da região graças ao plantio de algodão e a criação de gado.
No dia 26 de novembro de 1907, juntamente com os seus filhos, foi surpreendida pelo falecimento de seu esposo, que veio a óbito depois de completar 82 anos de idade, sendo sepultado no Cemitério das Lembranças.

BIBLIOGRAFIA:

  1. FALCÃO, Armando. Damião Carneiro – O Bandeirante do Sertão Central. Quixeramobim: Sem Editora, 1993.
  2. IBGE. Histórico do Município de Boa Viagem. Disponível em http://cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=230240&search=ceara|boa-viagem|infograficos:-historico. Acesso no dia 13 de julho de 2017.
  3. PAIVA, Manuel de Oliveira. Dona Guindinha do Poço. Fortaleza: ABC, 2002.
  4. PARÓQUIA DE SANTO ANTÔNIO DE QUIXERAMOBIM. Livro de tombo de casamentos – 1844/1859. Livro B-05, Página 216v.
  5. SIMÃO, Marum. Quixeramobim – Recompondo a História. Fortaleza: Multigraf, 1996.