Exgesso Rafael da Silva nasceu no dia 22 de outubro de 1913 na cidade de Olinda, distante pouco mais de 6 quilômetros da cidade do Recife, capital do Estado de Pernambuco, sendo o filho primogênito do Capitão Urbano Rafael da Silva e de Amara Vaz e Silva.
Os seus avós paternos se chamavam José Rafael da Silva e Maria Joaquina da Conceição, já maternos eram Pedro Martins Vaz e Maria Sinezia Filgueira Vaz.
No dia 23 de novembro, seguindo o costume da confissão religiosa de seus pais, recebeu o sacramento do batismo na Capela de Água Fria pelo Frei Ladislau, tendo como padrinhos os seus avós maternos.
Os seus pais possuíam uma pequena casa comercial e ao mesmo tempo exploravam o ramo da agricultura em uma extensa propriedade que lhes pertenciam nas proximidades onde hoje se encontra o Estádio José do Rego Maciel – o Arruda.
Pouco sabemos sobre a sua instrução escolar, embora acreditemos que possuía formação elementar, pois, nos primeiros anos da década de 1930, graças aos pedidos de sua mãe junto a um dos diretores do Departamento dos Correios, conseguiu para ele uma colocação de mensageiro dentro dos quadros funcionais dessa importante empresa pública.
Pouco tempo depois, no dia 20 de junho de 1930, de forma inesperada, a sua mãe faleceu depois de um trabalho de parto, deixando-o como um dos responsáveis pelos seus irmãos.
Mais tarde, no dia 24 de março de 1934, com apenas 21 anos de idade, contraiu matrimônio civil com Maria da Penha Silva, que era nascida no dia 7 de setembro de 1912, sendo filha de Cezario Godoy de Vasconcelos e de Arminda Valença Leite.
Desse matrimônio foram gerados onze filhos, cinco homens e seis mulheres, sendo eles: Emilton Rafael da Silva, Emalba da Silva Lima, Emelson Rafael da Silva, Emivanete da Silva Vieira, Exgesso Rafael Filho, Emyrtes Rafael da Silva, Ely Rafael da Silva, Eliane da Silva Alves, Elielze Rafael da Silva Martins Gato, Eliel Rafael da Silva e Elyude Rafael da Silva.
Estando casado, passou a residir inicialmente com a sua esposa na Rua das Moças, s/nº, no Bairro do Arruda, um local próximo da casa de seus pais, até que, nos últimos meses de 1936, depois de uma solicitação, foi transferido para o Município de Vertentes, que está localizado no Agreste pernambucano, distante 149 quilômetros da cidade do Recife.
Depois dessa transferência, por conta do número reduzido de funcionários qualificados, recebeu diversas designações de trabalho de seus superiores, tendo a oportunidade de conhecer grande parte das cidades do interior pernambucano, onde construiu muitas amizades.
Nos últimos meses de 1938, conseguiu transferência para o Município de Pesqueira, que está localizado no Vale do Ipojuca, distante 215 quilômetros da cidade do Recife.
Nessa época, ao visitar uma de suas cunhadas na cidade de Caruaru, que se chamava Débora de Vasconcelos Borges, um simples fato provocou uma enorme mudança na vida religiosa de sua família.
A sua esposa, que era muito religiosa, foi convencida pela pregação do Evangelho em um simples culto doméstico quando ouviu o cântico nº 284 dos Salmos e Hinos, passando a partir desse momento a professar a confissão protestante, algo que inicialmente não foi do seu agrado por conta do preconceito social existente nessa época.
Mais tarde, com a fusão dos correios e do telégrafo, segundo informações que foram publicadas no Jornal do Brasil, ano XLIX, nº 2, página 6, edição do dia 4 de janeiro de 1940, foi promovido para função de carteiro, exercendo inicialmente essa atividade no Município de Jurema, distante 195 quilômetros da cidade do Recife.
Pouco tempo depois dessa conquista, no dia 6 de março de 1943, já residindo com a sua família no Município de Agrestina, no auge da II Guerra Mundial, por meio do decreto nº 11.854, foi promovido ao exercício da função de telegrafista.
Nessa época, por conta da entrada do Brasil na II Guerra Mundial, foi um dos telegrafistas requisitados pelas forças armadas para monitorar e manter as comunicações entre às tropas brasileiras que estavam aquarteladas pelo litoral aguardando embarque para Europa:
“Alguns anos antes de seu nascimento, no período da II Guerra Mundial, dada à importância das comunicações para a segurança nacional, o seu pai foi requisitado e chegou a ficar alguns dias aquartelado aguardando o embarque das tropas brasileiras para o teatro de guerra europeu, fato que não aconteceu por conta de ser arrimo de família.” (SILVA JÚNIOR, 2014: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/eliel-rafael-da-silva/. Acesso no dia 10 de novembro de 2017)
Nos primeiros meses de 1946 passou a residir com a sua família no Município de Sirinhaém, na Zona da Mata pernambucana, distante apenas 64 quilômetros da cidade do Recife, onde permaneceu por pouco tempo, pedindo transferência para o Município de São Joaquim do Monte, no Agreste pernambucano.
Nessa época, ao transitar por esses Municípios, juntamente com a sua família, era cercado de privilégios, pois tinha o monopólio de todas as informações da cidade, desde às públicas até as mais particulares.
Diante desse fato conseguiu construir valiosos vínculos de amizade com importantes figuras do cenário político, algo que tirou proveito para aos poucos fazer com que alguns dos seus filhos ingressassem no serviço público.
“Mais tarde, mesmo com essas frequentes mudanças, os seus pais nunca relaxaram na qualidade de sua educação, sempre procurando as melhores escolas das cidades por onde passavam, pois acreditavam que somente uma boa educação, acompanhado de qualificação profissional, seriam capazes de abrir um leque de oportunidades de emprego e colocação profissional.” (SILVA JÚNIOR, 2014: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/eliel-rafael-da-silva/. Acesso no dia 10 de novembro de 2017)
No dia 3 de junho de 1950, juntamente com os seus familiares, foi surpreendido pela notícia do falecimento de seu pai, que faleceu aos 79 anos de idade na cidade do Recife.
Mais tarde, por volta de 1955, passou a residir com a sua família no Município de Caruaru, que está localizado no Vale do Ipojuca, 130 quilômetros distante da cidade do Recife.
Nos últimos meses de 1958, residindo durante algum tempo no Município de Água Preta, decidiu entrar na vida pública colocando o seu nome na disputa por uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores, conseguindo uma expressiva votação, mas não atingindo o êxito de seu intento.
Nos primeiros anos da década de 1960 voltou a residir na cidade do Recife, habitando inicialmente com alguns dos seus filhos na Rua Queira Deus, s/nº, no Bairro de Tejipió, no limite com o Município de Jaboatão dos Guararapes.
Nessa época, sempre que tinha oportunidade, estando aposentado, costumava visitar os seus filhos nas cidades onde residiam, estando a maioria deles na cidade de Caruaru e São Joaquim do Monte.
“… no horário do café da manhã, juntamente com toda a sua família… costumavam trocar uma pauta de confidências, que era feita com o auxílio das batidas do código morse, sobre as atividades a serem realizadas pelos seus filhos durante o dia, cada um em lados opostos da mesa, sem que os presentes desconfiassem do assunto tratado. Era um verdadeiro mistério para criançada aquela sucessão de toques e pausas que revelavam as atividades do cotidiano. Em outros momentos, costumavam passar parte do tempo ao lado do pai praticando a pescaria com caniço e anzol…” (SILVA JÚNIOR, 2014: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/eliel-rafael-da-silva/. Acesso no dia 10 de novembro de 2017)
Nesse período passou a trabalhar em uma empresa que vendia gesso e era denominada pela sigla CERMIC, que estava localizada no Município de Cabo de Santo Agostinho, sendo um dos responsáveis pelo escritório.
Mais tarde, por volta de 1965, juntamente com outros filhos, adquiriu alguns lotes e formou um pequeno sítio na Rua Vale do Sirigi, nº 226, Conjunto UR-7, no Bairro da Várzea, na cidade do Recife, próximo da mata de Brennand, onde construiu uma confortável casa.
Nessa propriedade, percebendo a grande necessidade por água de seus vizinhos, resolveu investir na abertura de um cacimbão, que durante algum tempo serviu para complementar a sua renda.
Ainda nessa época, acompanhado de sua esposa, regularmente visitava uma de suas filhas na cidade de Boa Viagem, no Estado do Ceará, local onde um de seus genros era pastor, o Rev. Ezequiel Fragoso Vieira, por que nutria grande simpatia.
Certa ocasião, quando a sua esposa estava em uma caravana que se dirigia a um culto que aconteceu na localidade de Lembranças, o veículo em que estava, e que era dirigido por Eládio Alves da Silva, perdeu o controle e bateu em uma barreira.
Nesse acidente, que não passou de um grande susto, a sua esposa recebeu uma grande pancada na barriga, fato que algum tempo depois contribuiu para o desenvolvimento de um câncer no estômago, que foi tratado pelo Dr. Alfredo Quintino.
Mais tarde, no dia 1º de junho de 1976, juntamente com os seus filhos, depois de ver a sua esposa enfrentar uma batalha pela vida, lamentou a sua perda, que faleceu depois de quarenta e dois anos de convivência conjugal em um dos leitos do Hospital de Santo Amaro, sendo sepultada no Cemitério de Camaragibe.
“Segundo informações existentes no Cartório de Santo Amaro, pertencente ao 5º distrito, tombo nº 550, folha 93v, faleceu no dia 1º de junho de 1976 no Hospital de Santo Amaro, prestes a completar 64 anos de idade.”
Algum tempo depois, estando viúvo, resolveu estabelecer residência na Rua Manoel Borba, s/nº, na cidade de Vitória de Santo Antão, onde passou curta temporada.
Nessa época, no dia 17 de outubro de 1979, segundo informações existentes no livro B-05, pertencente ao Cartório de Registro Civil do primeiro distrito dessa comarca, tombo nº 1.887, página 282, contraiu matrimônio com Anália Paulina da Conceição Silva, nascida no dia 7 de outubro de 1943, em Surubim, sendo filha de Paulina Severina da Conceição.
Ao contrair esse novo relacionamento conjugal, assumiu também a responsabilidade pelos três filhos do primeiro casamento de sua parceira, sendo eles: Tereza Cristina da Conceição, Samuel Antônio da Conceição e Marcos Antônio da Conceição, adotando também como sua uma menina, que recebeu o nome Ezy Rafael da Silva.
Mais tarde, nos primeiros anos da década de 1980, desejando adquirir um veículo, resolveu construir uma garagem subterrânea e nessa construção, enquanto acompanhava o serviço do pedreiro, uma das paredes inesperadamente ruiu, fato que por pouco não lhe levou a óbito, causando grande susto entre seus filhos.
Nos primeiros meses de 1984, inquieto com os problemas da cidade grande, juntamente com a sua nova família, resolveu sair da cidade do Recife, passando a residir novamente na cidade de Caruaru.
Sendo engenhoso, nessa cidade, a sua casa possuía uma característica impar, pois no teto não havia telhas e sim uma grande piscina, onde ele colocava vários peixes, sendo a grande alegria de seus netos.
Mais tarde, dia 27 de maio de 1992, segundo informações existentes no livro C-15, pertencente ao Cartório de Registro Civil da cidade de Caruaru, tombo nº 18.697, folha 186, faleceu pouco tempo depois de completar 79 anos de idade, vítima de um enfisema pulmonar.
Logo após o seu falecimento, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado por seus familiares no Cemitério Dom Bosco, que está localizado na Avenida Dom Bosco, s/nº, no Bairro Maurício de Nassau, na cidade de Caruaru.
BIBLIOGRAFIA:
- PARÓQUIA DE SÃO PEDRO MÁRTIR. Livro de batismos. 1912 – 1915. A-25. Tombo nº 638. Página 116v.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Eliel Rafael da Silva. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/eliel-rafael-da-silva/. Acesso no dia 10 de novembro de 2017.
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