Escola Agrotécnica Dr. Janival Almeida Vieira

AS INFORMAÇÕES BÁSICAS:

A Escola Agrotécnica Dr. Janival Almeida Vieira era uma escola de ensino profissionalizante que estava localizada na Palestina, dentro dos limites geográficos do Distrito de Boa Viagem, distante pouco mais de 3 quilômetros do Centro da cidade de Boa Viagem, no Município de Boa Viagem, no Estado do Ceará.

Escola Agrícola Dr. Janival de Almeida Vieira em 2000.

Imagem da Escola Agrotécnica Dr. Janival de Almeida Vieira, em 2000.

Esse equipamento público, pertencente ao Governo Municipal, é gerenciado pela Secretaria da Educação do Município, que segue as orientações e as normas do 12ª Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação, a CREDE 12, que está sediada no Município de Quixadá.

A BASE LEGAL DE SUA CRIAÇÃO:

A nomenclatura da Escola Agrotécnica Dr. Janival Almeida Vieira foi determinada na gestão do Prefeito Benjamim Alves da Silva por meio da lei municipal nº 560, de 27 de agosto de 1992.
Ela foi autorizada em seu funcionamento pelo parecer nº 368/94, publicado no Diário Oficial do Estado do Ceará no dia 27 de junho de 1994.

AS MODALIDADES DE ENSINO:

A educação básica em nosso país compreende a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, tendo uma duração ideal de dezoito anos, período da vida escolar em que se toma posse dos conhecimentos mínimos necessários para uma cidadania completa, servindo também para tomada de consciência sobre o futuro profissional e área do conhecimento em que se quer atuar.
Na Escola Agrotécnica Dr. Janival Almeida Vieira existia a oferta do Ensino Fundamental, com perspectivas da implantação do Ensino Médio profissionalizante:

  1. Técnico agrícola.

OS SÍMBOLOS DA ESCOLA:

A palavra símbolo designa um tipo de signo em que o significante representa algo abstrato, por força de convenção ou semelhança, sendo um elemento essencial no processo de comunicação, encontrando-se difundido pelo quotidiano e pelas mais variadas vertentes do saber humano.
A representação específica para cada símbolo pode surgir como resultado de um processo natural ou pode ser convencionado de modo a que o receptor, uma pessoa ou grupo específico de pessoas, consiga fazer a interpretação do seu significado implícito e atribuir-lhe determinada conotação.
A Escola Agrotécnica Dr. Janival Almeida Vieira possuía três símbolos que a identificavam, eram eles:

1. A BANDEIRA:

O pavilhão que representava a Escola Agrotécnica Dr. Janival Almeida Vieira foi determinado pela lei municipal nº 598, de 26 de setembro de 1994.

Bandeira da Escola Agrotécnica Dr. Janival Almeida Vieira.

Bandeira da Escola Agrotécnica Dr. Janival Almeida Vieira.

2. O BRASÃO:

O brasão que representava a Escola Agrotécnica Dr. Janival Almeida Vieira foi determinado pela lei municipal nº 598, de 26 de setembro de 1994.

Brasão da Escola Agrotécnica Dr. Janival Almeida Vieira.

Brasão da Escola Agrotécnica Dr. Janival Almeida Vieira.

O brasão dessa escola carregava um conjunto de detalhes que resumiam um pouco da história e dos valores da própria instituição, eram eles:

  • O escudo: Uma arma de defesa que serve para proteger contra os golpes do inimigo, nesse sentido a escola se constitui em um espaço de refúgio para o seu corpo discente.
  • Os pés de milho: Ao lado do escudo foram colocados dois pés de milho, um dos alimentos mais cultivados na região.
  • O castelo: Na parte superior do castelo existe a representação de uma fortaleza, representando a segurança oferecida pela escola ao seu corpo discente.
  • A data: Na parte inferior do brasão, abaixo da flâmula com o nome da escola, existe o registro da data em que essa escola passou a funcionar, que seria uma estrela a guiar o desenvolvimento econômico da região.
  • O mapa: Na parte interna do escuto, na cor azul, representando o céu de nossa região, está o mapa do Estado do Ceará e os diversos campos de estudo desenvolvidos pela escola.

3. O HINO:

O hino da Escola Agrotécnica Dr. Janival Almeida Vieira é fruto de uma composição musical coletiva, que contou com a participação da Profª. Maria Rosary Pereira e do Maestro João Leonardo de Sousa Leonel.

Hino da Escola Agrotécnica Dr. Janival Almeida Vieira.

O HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO:

A estrutura da Escola Agrotécnica Dr. Janival Almeida Vieira foi concluída nos últimos meses de 1992, na gestão do Prefeito Benjamim Alves da Silva, que conseguiu recursos para esse investimento graças ao empenho do Deputado Federal Dr. Vicente Cavalcante Fialho.

“A Escola Agrotécnica Dr. Janival Almeida Vieira foi fundada em 27 de agosto de 1992, localizando-se na Fazenda Palestina, iniciando suas atividades no dia 8 de fevereiro de 1993, com uma turma de 35 alunos da 5ª série.” (NASCIMENTO, 2002: p. 136)

Essa unidade de ensino recebeu como patrono o nome do Dr. Janival Almeida Vieira, cirurgião dentista que era proprietário das terras onde foi construída a referida escola, sendo casado coincidentemente com uma sobrinha do Deputado Vicente Fialho.

Imagem dos corredores da escola, em 2003.

Essa escola agrícola, semelhantemente a todas as outras que foram construídas em sua época, tinha por objetivo qualificar profissionalmente jovens estudantes para atuação na área de produção rural, sendo projetada para atender aos anseios da população rural quanto à educação técnica.

“A irregularidade na distribuição das chuvas, aliada ao desconhecimento de práticas agrícolas capazes de minimizar os efeitos das secas no Ceará, tem contribuído para aumentar os problemas socioeconômicos enfrentados pelos cearenses, sobretudo por aqueles que vivem no Sertão e têm a agricultura como único meio de vida. O curso de Educação Agrícola se propõe a conscientizar os alunos dessa situação e despertá-los para o conhecimento de práticas de preservação ambiental.” (CASTELO, 2001: p. 5)

Na época de sua construção, que foi aguardada com muita ansiedade, logo foi identificado um grande problema a ser enfrentado por essa unidade de ensino, a falta d’água, pois todos esperavam que a mesma fosse edificada nas proximidades do Açude Público José de Alencar Araújo, também conhecido por Capitão-Mor.
Ao dar início as suas atividades essa instituição tinha entre os seus equipamentos um ônibus, que costumava recolher os alunos todas às manhãs na Praça Monsenhor José Cândido de Queiroz Lima; uma caminhonete de marca Chevrolet, modelo D-20, a ser utilizado no transporte de equipamentos para cidade e um trator de marca Valmet equipado com arado e outros implementos, que serviria para instrução dos alunos.

Imagem do famoso “Girico”, em 2015, quando foi vendido em um leilão.

Nessa época, logo no início de seu funcionamento, sem autonomia administrativa, o Núcleo Gestor dessa escola não possuía poder de comando sobre grande parte de seus equipamentos, principalmente os veículos, assistindo sem poder manifestar nenhum tipo de insatisfação o desvio da caminhonete para o serviço do Gabinete do Prefeito e o trator para o recolhimento do lixo da cidade.
Sobre o corpo docente, a maioria dos professores da instituição eram filhos da cidade comprometidos com o propósito da escola, que tinham formação na área e haviam estudado nas escolas federais agrícolas de Granja e de Mombaça.

“A sua primeira diretora foi a Profª. Maria de Fátima Vasconcelos, que permaneceu no cargo até dezembro de 1994, sendo secretária a jovem Irismar Alves dos Santos. Os primeiros professores foram: Rita Capistrano Campos, Laércio Fragoso da Silva, Rosualdo Barbosa do Nascimento e Nirvana Wagnerita Campelo de Queiroz.” (NASCIMENTO, 2002: p. 136)

Quanto ao corpo discente, desde a sua criação nunca foi feita uma seleção de seu perfil, quando muitos deles não tinham sequer vocação para o curso, ocorrendo um relativo modismo na cidade em buscar matrícula, seguindo de desistência ou transferência constante dos estudantes.

Imagem dos blocos acadêmicos da escola, em 2003.

Diante desses e outros problemas logo o número de matrículas foi paulatinamente diminuindo, sendo causada inicialmente pelo fato da distância da cidade, algo que desanimava os pais, e a grande falta de perspectivas de colocação no mercado de trabalho aos profissionais formados na área, que precisariam complementar os seus estudos em uma escola que oferecesse a mesma formação, só que em nível médio, algo que só existia em uma outra cidade e nem todos os pais tinham condições para manter os custos dessa formação para os filhos.

“A citada escola, mantida com recursos da Prefeitura de Boa Viagem, funcionava em dois turnos, em regime de internato e de semi-internato.” (NASCIMENTO, 2002: p. 136)

Alguns anos depois do início de seu funcionamento, sem alunos suficientes e buscando alternativas para sua manutenção, a instituição modificou o seu cronograma de ensino para funcionar como uma escola regular, abolindo as disciplinas técnicas, algo que não surtiu efeito, ocasionando o seu fechamento nos ocorrido no dia 30 de novembro de 2000, no período da gestão do Prefeito Dr. Fernando Antônio Vieira Assef.
No primeiro semestre de 2005, na gestão do Prefeito José Vieira Filho, o Mazinho, por meio da lei nº 913, de 27 de junho, seguindo o plano de redimensionamento geográfico da Secretaria da Educação do Município, embora já estivesse desativada, essa unidade de ensino passou a compor o território do Polo Doze.
Mais tarde, por volta de 2007, ainda na gestão do Prefeito José Vieira Filho, nas proximidades dessa escola, foram construídas as piscinas para tratamento da água produzida pelo esgoto da cidade, tornando inviável o reaproveitamento da estrutura desse equipamento como escola, algo que causou muito desagrado na população, que considerou um desperdício de dinheiro público.

Imagem da piscina de captação de esgoto em fase de construção.

Antes disso, na campanha eleitoral de 2004, o referido prefeito prometeu em palanque reativar a estrutura dessa escola, utilizando o seu espaço para qualificação profissional dos professores ou a implantação de um pólo da UAB, a Universidade Aberta do Brasil.
Nos últimos meses de 2012, depois da cessão da Prefeitura de Boa Viagem do galpão da CONAB, a Companhia Nacional de Abastecimento, para o funcionamento de uma fábrica de calçados, a estrutura da escola passou a servir como depósito dos equipamentos inservíveis e a serem leiloados pelo Governo Municipal.

“Diante desses problemas o armazém passou muitos anos vazio e subutilizado até que, necessitando de um local para guardar alguns de seus equipamentos, ele foi cedido para Prefeitura de Boa Viagem. Nos últimos meses de 2012, na gestão do Prefeito Dr. Fernando Antônio Vieira Assef, com autorização do Governo do Estado, esse armazém foi cedido por empréstimo aos cuidados da Empresa Rolim e Schneiders Calçados LTDA, que possui o nome de fantasia “Terra Quente” e produz calçados para Grendene.” (SILVA JÚNIOR, 2015: A Companhia Nacional de Abastecimento. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/companhia-nacional-de-abastecimento/. Acesso no dia 16 de novembro de 2018)

Nos últimos meses de 2018, contano com a permissão do Governo Municipal, as ruínas dessa escola passaram a ser utilizadas também como local de diversão e entretenimento.

“Uma nova modalidade esportiva chegou a este município do Sertão Central, pela primeira vez atuando, a prática reuniu dezenas de adeptos na antiga escola agrícola, na localidade de Palestina. O airsoft é uma modalidade desportiva onde os jogadores participam de simulações de operações policias e militares, a prática é apenas recreativa, com armas de pressão que atiram projéteis de plásticos não letais. O campo de jogos fica localizado na antiga escola agrícola, local autorizado pela Prefeitura de Boa Viagem para essa prática esportiva. Os jogos são combinados através de whatsapp, onde grupos se dividem para os jogos nos finais de semanas e feriados. Um curso está sendo promovido para operadores de airsoft, a ideia é criar uma equipe de jogadores da cidade para participarem de torneios no Nordeste.” (Disponível em http://www.sertnews.com.br/noticia/566/esporte-airsoft-chega-em-boa-viagem-e-adere-novos-adeptos-modalidade. Acesso no dia 16 de novembro de 2018)

AS EQUIPES DE GESTÃO:

Durante os seus poucos anos de existência essa escola tinha o seu Núcleo Gestor indicado pelo prefeito, pois era um cargo de confiança, foram eles:

  • 1993 – 1996
  1. Profª. Maria de Fátima Vasconcelos¹ (Diretora Geral);
  2. Irismar Alves dos Santos (Secretária).
  • 1997 – 2000
  1. Profª. Balbina Maria Sampaio (Diretora Geral);
  2. Irismar Alves dos Santos (Secretária).

A ESTRUTURA FÍSICA:

Para executar bem as suas atividades pedagógicas, gerando segurança e conforto para os seus usuários, a Escola Agrotécnica Dr. Janival Almeida Vieira possuía a seguinte estrutura:

  • Setor Administrativo:
  1. Banheiros: 2
  2. Diretoria: 1
  3. Garagem: 1
  4. Refeitório: 1
  5. Sala de Administração Financeira: 1
  6. Sala de Orientação Educacional: 1
  7. Sala de Primeiros Socorros: 1
  8. Sala de Professores: 1
  9. Sala de Serviços Gerais: 1
  10. Secretaria: 1
  • Setor Acadêmico:
  1. Biblioteca: 1
  2. Granja: 2
  3. Pocilga: 1
  4. Salas de Aula: 5
  5. Sala para Fabricação de Popas de Fruta: 1
  • Setor Discente:
  1. Alojamento Masculino: 1
  2. Alojamento Feminino: 1
  3. Quadra Esportiva: 1
  4. Vestiário Masculino: 2
  5. Vestiário Feminino: 2

Imagem dos blocos acadêmicos da escola, em 2003.

O CONTATO:

O canal de comunicação com a Escola Agrotécnica Dr. Janival Almeida Vieira é o seguinte:

  • Telefone:
  1. 88.3427-7001 (Gabinete da Prefeitura).

Nota: ¹ Foi substituída na direção da escola pela Profª. Balbina Maria Sampaio nos últimos meses de 1994.

BIBLIOGRAFIA:

  1. CASTELO, Celina Maria Montenegro. Construindo a cidadania no Ceará. Fortaleza: GRAFIMAGEM, 2001.
  2. FRANCO, G. A.; CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
  3. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.

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