Defunto Cafezeiro

Francisco Erialdo Rodrigues Costa
Rogerlando G. Cavalcante  (Ilustrador)

No passado, aqui no Município de Boa Viagem, não existiam essas funerárias como conhecemos hoje, e alguns sepultamentos dependiam da assistência de pessoas caridosas, sendo alguns deles ligados à politica.
Um desses, o Toinho França, quando era vereador, foi chamado urgentemente por um de seus correligionários para ir ao interior buscar um defunto para ser sepultado no cemitério da cidade.
Como possuía um fusquinha, chegando ao local onde estava o corpo, logo percebeu que o caixão não cabia em seu carro. Procurando uma solução, pensou, pensou e encontrou o único jeito de cumprir com o seu dever, colocou o finado no banco de passageiro e veio embora.
Antes de se dirigir ao cemitério resolveu passar em sua casa para pegar algo que havia esquecido. A sua esposa, que sempre recebia os visitantes com muita delicadeza, vendo o homem no carro disse: – Filho, deixe de ser mal educado! Porque você não mandou o rapaz descer do carro para tomar um cafezinho?
Alguns segundos depois, quando percebeu que o homem estava morto, a jovem senhora descobriu que o passageiro não tomava mais café.

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