Daniel Fragoso Vieira

Daniel Fragoso Vieira nasceu no dia 2 de julho de 1902 no Município de Catolé do Rocha, que está localizado no Sertão paraibano, distante 411 quilômetros da cidade de João Pessoa, sendo filho de Manoel Maria de Jesus e de Antônia Vieira de Freitas.
Os seus avós paternos se chamavam Manoel Fragoso Pereira de Melo e Antônia Maria de Jesus, já os maternos eram Pedro Vieira Carneiro e Maria Floriana de Morais.
Na época em que veio ao mundo residia com os seus pais em uma localidade denominada de “Jacu”.
Em sua juventude, um simples acontecimento foi determinante para muitas mudanças que aconteceram na trajetória de sua vida e na de sua família.

“Tudo teve início quando uma simples revista, que acreditamos ser de escola dominical, chegou às mãos de Cícero Vieira de Freitas através de um protestante, que se chamava Adão e morava no Sítio Jericó, uma localidade vizinha.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 142)

Essa revista, que se tornou objeto de profundo interesse dos moradores daquela pequena localidade, principalmente entre alguns dos membros de sua família, deu origem a uma série de questionamentos sobre o comportamento e a fé cristã.
Dentro de pouco tempo, um dos mais interessados nesse assunto, Cícero Vieira de Freitas, um parente bem próximo, conseguiu entrar em contato com o Rev. Harry George Briault, pastor da Igreja Evangélica Congregacional de Campina Grande, que gentilmente atendeu ao convite.

“Em pouco tempo era o maior trabalho evangélico do Sertão, com uma animada escola dominical, com mais de cem alunos matriculados. Em 1927, para ajudar os irmão Cícero Vieira de Freitas e Amadeu Alves da Silva, o Evangelista Eulálio, que prestou bons serviços ao Evangelho, levando várias famílias ao conhecimento da Palavra de Deus.” (CARNEIRO, 2006: p. 25)

O Rev. Briault, quando visitava o Sítio Jacu, ocasionalmente utilizava o alpendre da casa de Cícero Fragoso Vieira como ponto de exposição das Escrituras Sagradas, momento em que costumava reunir um grande número de pessoas, sendo também quem lhe ministrou o sacramento do batismo.
Naquele tempo, declarar-se de uma confissão diferente da católica romana era correr o risco de receber diversas punições da comunidade em que se vivia, mas isso não o desanimou em testemunhar publicamente de sua fé.

“Os cultos, inicialmente, eram celebrados abertamente ao público na casa de Cícero Fragoso Vieira, sendo depois transferidos para casa de seu irmão, Daniel Fragoso Vieira.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 180)

Nessa época, segundo informações existentes no Cartório de Pombal, 1º Ofício, tombo nº 123, página 60, no dia 24 de dezembro de 1922, contraiu matrimônio com Francisca Raquel de Freitas, que nasceu no dia 25 de dezembro de 1904, sendo filha de Lucas Vieira de Freitas e de Raquel Vieira de Andrade.
Desse matrimônio foram gerados onze filhos, seis mulheres e cinco homens, sendo eles: Sebastiana Fragoso da SilvaFloripes Fragoso da Silva, Joel Fragoso Vieira, Lucas Fragoso Vieira, Olintho Fragoso de Freitas, Leontina Fragoso Vieira, Ester Fragoso Vieira, Raquel Fragoso Vieira, Nicárcia Fragoso Vieira, Josué Fragoso Vieira e Calvino Fragoso Vieira.
Depois disso, seguindo o exemplo de outras pessoas de sua vizinhança, depois de receber informações por cartas, resolveu deixar o Estado da Paraíba para morar no Estado do Ceará.
Em 1951, depois de ser eleito pela assembleia da Igreja Evangélica Congregacional de Cachoeira, passou ao exercício do presbiterato, sendo consagrado pelo Rev. Cecil Flechtel.
No dia 25 de dezembro de 1954, juntamente com os seus familiares, partilhou a perda de uma de suas filhas, Floripes Fragoso, que aos 25 anos de idade, ainda muito jovem, veio a óbito por conta de um parto.
De acordo com às informações existentes no livro C-12/1, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 5.514, folha 23, faleceu na cidade Boa Viagem, aos 73 anos de idade, no dia 11 de setembro de 1975.
Logo após o seu falecimento, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado por seus familiares no Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, Centro.

HOMENAGEM PÓSTUMA:

  1. Em sua memória, na gestão do Prefeito Dr. Fernando Antônio Vieira Assef, através da lei nº 818, de 22 de dezembro de 2002, uma das ruas do Bairro Vila Holanda, na cidade de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura.

BIBLIOGRAFIA:

  1. CARNEIRO, Osmar de Lima. Fotografando o Amor – Histórias de Uma Igreja Perseguida. João Pessoa: JRC, 2006.
  2. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  3. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Andarilhos do Sertão: A Chegada e a Instalação do Protestantismo em Boa Viagem. Boa Viagem, CE: Premius, 2010.