Celsina Vieira de Freitas nasceu no dia 10 de setembro de 1909 no Município de Catolé do Rocha, que está localizado no Sertão paraibano, distante 411 quilômetros da cidade de João Pessoa, sendo filha de Martins José da Silva e de Francisca Vieira de Freitas.
Os seus avós paternos se chamavam José Antônio da Silva e Delfina Maria da Conceição, já os maternos eram Pedro Vieira Carneiro e Maria Floriana de Morais.
Na época do seu nascimento, veio ao mundo pelas mãos de uma parteira nas proximidades da vila de Brejo dos Santos, que nesse período era conhecida pelo topônimo de “Brejo dos Cavalos”, sendo uma pequena localidade rural pertencente ao Município de Catolé do Rocha.
A mudança desse nome ocorreu por conta de uma grande onda de intolerância religiosa ocorrida nos últimos anos da década de 1930.
“A Igreja Evangélica Congregacional instalou-se nesse Município em 1928. O pastor era o Rev Henry Briault, de nacionalidade inglesa, que trabalhou, de certo modo, pelo progresso do lugar. Pelos anos de 1937 a 1939, as duas forças religiosas do lugar tiveram divergências, desentendimento este que gerou até violência.” (IBGE, 2000: Disponível em https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/brejo-dos-santos/historico. Acesso no dia 24 de fevereiro de 2018)
Antes disso, por volta de 1929, aos 19 anos de idade, contraiu matrimônio religioso com Manoel Carneiro Diniz, que era filho de Manoel Benício Vieira Carneiro e de Sebastiana Vieira de Freitas.
Desse matrimônio foram gerados dois filhos, um homem e uma mulher, sendo eles: Sebastiana Vieira Carneiro e Ladislau Vieira Carneiro.
Nos primeiros meses de 1932, estando grávida, foi surpreendida pelo inesperado falecimento de seu esposo, que foi vítima da temida febre amarela.
No dia 17 de dezembro de 1934, segundo informações existentes no livro B-07, pertencente ao Cartório de Registro Civil de Catolé do Rocha, tombo nº 154, folha 124, estando viúva, contraiu novas núpcias, dessa vez com Cosme José de Souza, que era nascido em 15 de janeiro de 1915, sendo filho de José Alves de Souza com Enedina Rosa do Sacramento.
Desse matrimônio foram gerados dez filhos, oito mulheres e dois homens, sendo eles: Delzira Vieira de Souza; Isaías Vieira de Sousa, conhecido como “Caboclo”; Francisca Vieira de Souza, Conhecida como “Muda”; Gersina Vieira de Souza; Florisbela Vieira de Andrade; Maria Vieira de Souza; Adalgisa Vieira de Souza; Lindalva Vieira de Souza; Israel Vieira de Souza e Margarida Vieira de Souza, conhecida como “Bezinha”.
No dia 8 de dezembro de 1936, depois de padecer por alguns meses com febre e gripe, foi surpreendida pelo inesperado falecimento de sua filha Sebastiana, que tinha apenas 7 anos de idade.
Alguns tempo depois, nos primeiros anos da década de 1940, juntamente com o seu esposo, resolveu migrar para o Estado do Ceará, estabelecendo-se em um Município denominado de Boa Viagem.
Nos primeiros anos da década de 1950, juntamente com a sua família, deu sustentação política ao desejo de seu irmão, Joaquim Vieira da Silva, em ingressar na vida pública do Município de Boa Viagem, constituindo-se no primeiro cristão de confissão protestante a trilhar esse caminho:
“No dia 3 de outubro de 1954, desejando entrar na vida pública por meio de uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores, militando nos quadros políticos da UDN – a União Democrática Nacional, foi conduzido a um mandato eletivo na segunda vaga existente no Poder Legislativo do Município de Boa Viagem. No pleito eleitoral seguinte, que ocorreu no dia 3 de outubro de 1958, ainda compondo a bancada da UDN, conseguiu ser reconduzido ao exercício de um segundo mandato eletivo. Algum tempo depois pediu licença de seu cargo, em seu lugar assumiu o suplente, o Vereador Antônio de Queiroz Sampaio.” (SILVA JÚNIOR, 2015: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/joaquim-vieira-da-silva/. Acesso no dia 5 de janeiro de 2017)
Nessa mesma época, foi testemunha da construção do templo da Igreja Evangélica Congregacional de Pitombeira, um velho desejo de seu pai:
“Ele foi construído graças à generosa contribuição de alguns irmãos. Dentre eles destacamos: Sebastião Alves da Silva, que contribuiu com 100 cruzeiros, Antônio Vieira da Silva, mais conhecido como Antônio Martins, que também contribuiu com 100 cruzeiros; e José Gomes de Oliveira, que contribuiu com 80 cruzeiros.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 198)
No dia 1º de junho de 1982, juntamente com os seus familiares, partilhou da triste perda de sua filha, Florisbela Vieira de Andrade, que faleceu por conta de um Acidente Vascular Cerebral.
Alguns anos mais tarde, de acordo com as informações existentes no livro C-04, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 2.108, folha 160, faleceu no Município de Boa Viagem, aos 82 anos de idade, no dia 13 de fevereiro de 1991.
Logo após o seu falecimento, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado por seus familiares no Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, Centro.
BIBLIOGRAFIA:
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Andarilhos do Sertão: A Chegada e a Instalação do Protestantismo em Boa Viagem. Boa Viagem, CE: Premius, 2015.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Joaquim Vieira da Silva. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/joaquim-vieira-da-silva/. Acesso no dia 5 de janeiro de 2017.
HOMENAGEM PÓSTUMA:
- Em sua memória, na gestão do Prefeito Benjamim Alves da Silva, através da lei nº 559, de 5 de junho de 1992, uma das ruas que se estendem pelos Bairros Alto da Queiroz, Recreio e Padre Paulo, na cidade de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura.
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