Cachoeira dos Paulinos

AS INFORMAÇÕES BÁSICAS:

A Cachoeira dos Paulinos é uma localidade existente na zona rural do Município de Boa Viagem, distante pouco mais de 66 quilômetros do Centro da cidade de Boa Viagem, no Estado do Ceará.

Imagem da casa do Sr. Francisco Paulino Franco, patriarca da família que deu nome a essa localidade.

Dentro da divisão politico-geográfica, em relação ao Marco Zero, essa localidade está na região oeste do Município, dentro dos limites geográficos do território do Distrito do Jacampari.

A ORIGEM DE SEU TOPÔNIMO:

Designação toponímica classificada como complexa, a sua nomenclatura indica a existência de uma pequena queda d’água em sua região, que é na Serra do Catolé, onde nasce alguns rios, sendo uma possessão da família do Sr. Francisco Paulino Franco.

AS SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:

Em um passado distante essa localidade já possuía algumas casas distantes umas das outras, servindo às famílias dos trabalhadores rurais que eram moradoras das várias fazendas existentes na região, que desde essa época já viviam da criação extensiva de gado e do plantio de culturas como milho, feijão, algodão, mandioca e outras em terras irrigadas pelo Riacho dos Fernandes e seus afluentes.
Nos primeiros anos da década de 1980, por conta dos trabalhos executados pela EMATERCE – a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará, a localidade de Cachoeira dos Silvestres passou por uma divisão em seu território, algo quase imperceptível, surgindo nessa ocasião o nome de Cachoeira dos Paulinos, decisão que fazia referência ao nome do Sr. Francisco Paulino Franco, que gerou numerosa família.
Muito tempo antes disso, por volta de 1839, depois de um bárbaro crime cometido na região dos Inhamuns, uma família vinda daquela região se estabeleceu nesse local, onde fincou suas raízes e seus descendentes permanecem até o presente ainda mantendo relações de parentesco com pessoas do Olho d’Água do Bezerril, Ibuaçu, Conceição e outras localidades.

“O Capitão José Custódio Bezerril, mandante e arquiteto do crime horroroso, em vez de ir para o Ico, que era a sede do desenvolvimento no interior cearense e lugar com polícia e juiz, veio juntamente com alguns pajens (agregados) parentes, para o Município de Boa Viagem, que na época era chamado de Cavalo Morto, escondendo-se no lugar que passaria a ser chamado de Olho d’Água do Bezerril, então ermo e difícil. O capitão veio acompanhado de um parente e filhos deste, chamado Silvestre Martins Chaves, que era casado com Maria, filha de Manoel Raulino. O casal teve 11 filhos… Note-se que o Capitão José Custódio Bezerril não assinava com Feitosa, mas era Feitosa, também os Martins Chaves, que o acompanhavam não assinavam, mas eram Feitosas… Hoje, vê-se que a estratégia foi parecida com a de Lampião. Os seus agregados não ficaram juntos em um só lugar, mas em pontos estratégicos de proteção ao Olho d’Água, onde se fixou o Capitão José Bezerril: Silvestre Martins Chaves ficou ao poente, ao pé da Serra do Jacampari, onde havia acesso para o Crateús e deu nome ao lugar Cachoeira dos Silvestres; outro olheiro deve ter ficado no lugar chamado Conceição, onde havia acesso ao lugar Cavalo Morto (Boa Viagem). Nossa Senhora da Conceição, padroeira do Cococi, era a devoção dos Feitosas, desde o primeiro Feitosa, Francisco Alves Feitosa, construtor da capela do Cococi; era um apelo patrocínio da Santa Mãe de Deus; outro olheiro ficou no lugar Socorro, hoje Ibuaçu, passagem para Várzea Queimada, hoje Madalena, com acesso para Canindé e Quixeramobim. Em Ibuaçu também prevaleceram os Martins. Ao sul, o capitão estava protegido pela Serra da Guia, que já tomou o nome porque servia de guia aos constantes emissários secretos do capitão aos Inhamuns, para, na volta, acertarem com o Olho d’Água.” (FEITOSA, 2004: p. 4-5)

Em 1982, na gestão do Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, diante da carência de um equipamento escolar que oferecesse um mínimo de conforto aos estudantes, essa localidade foi beneficiada com a construção da Escola de Ensino Fundamental Francisco Alves da Silva.
Nos últimos anos da década de 1990, na gestão do Prefeito Dr. Fernando Antônio Vieira Assef, essa localidade recebeu a instalação de energia elétrica, algo que facilitou a vida das pessoas da região, que dependiam exclusivamente do querosene para iluminação e dos motores de combustão para o funcionamento das forrageiras ou para irrigação de suas lavouras.
Pouco tempo depois, em 2004, ainda na gestão do Prefeito Dr. Fernando Antônio Vieira Assef, os moradores dessa localidade foram contemplados com a instalação hidráulica em suas casas através do Sisar – o Sistema Integrado de Saneamento Rural.

AS LOCALIDADES DE SUA VIZINHANÇA:

O acesso para localidade de Cachoeira dos Paulinos, saindo da cidade de Boa Viagem, é feito por via terrestre por meio da Rodovia Estadual Senador Fernandes Távora, a CE-266, seguindo logo depois por rodovias municipais, que lamentavelmente não possuem nomenclatura que facilitem a sua identificação.

Imagem do mapa da região e de suas localidades.

A Cachoeira dos Paulinos tem em sua vizinhança as seguintes localidades: Alto Alegre, Aracoiaba, Cachoeira dos Silvestres, Camará dos Pereiras e Sítio.

OS EQUIPAMENTOS EXISTENTES NA LOCALIDADE:

Na localidade de Cachoeira dos Paulinos os seus habitantes possuem apenas um equipamento público para facilitar as suas vidas, bem como a dos moradores de sua vizinhança, sendo ele:

  1. A Escola de Ensino Fundamental Francisco Alves da Silva.
  2. O Açude Público Francisco Paulino Franco.

BIBLIOGRAFIA:

  1. BRAGA, Renato. Dicionário Histórico e Geográfico do Estado do Ceará. v. 1º. Fortaleza: Imprensa Universitária do Ceará, 1964.
  2. FEITOSA, Neri. História do Povoado de Olho d’Água do Bezerril. Canindé: Instituto Memorial de Canindé, 2004.
  3. FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
  4. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.