Antônio Ximenes de Aragão nasceu no dia 31 de julho de 1863 no Município de Quixeramobim, que está localizado no Sertão Central do Estado do Ceará, distante 203 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de João Ximenes de Aragão e de Perciliana Soares Freitas.
Os seus avós paternos se chamavam Roberto Francisco Ximenes e Ana Benvinda Maria Medeiros Costa Figueira, já os maternos eram Francisco Manoel de Almeida e Isabel Carneiro Monteiro.
Na época do seu nascimento a vila de Boa Viagem, que também era conhecida pelo topônimo de “Cavalo Morto”, era apenas um pequeno povoado existente dentro dos limites geográficos do Município de Quixeramobim:
“Distrito criado com a denominação de Boa Viagem, ex-povoado de Cavalo Morto, pela lei provincial nº 1.025, de 18 de novembro de 1862. Elevado à categoria de vila com a denominação de Boa Viagem, pela lei provincial nº 1.128, de 21 de novembro de 1864, desmembrado de Quixeramobim.” (IBGE, 2000: Disponível em http://cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=230240&search=ceara|boa-viagem|infograficos:-historico. Acesso no dia 13 de julho de 2017)
Pouco tempo depois do seu nascimento, no dia 21 de novembro de 1864, quando tinha apenas um ano e quatro meses de idade, o Município de Boa Viagem recebeu a sua tão desejada autonomia administrativa.
Mais tarde, seguindo a tendência de sobrevivência da época, tornou-se agropecuarista e comerciante, chegando a exercer também o serviço público como inspetor escolar em Boa Viagem.
Foi casado com Ana Benvinda de Aragão, nascida em 1863, que era filha de Francisco Manoel de Almeida e de Isabel Carneiro Monteiro, residentes em Jaguaretama.
Desse matrimônio foram gerados vários filhos, dentre eles conhecemos apenas cinco, sendo eles: Júlia Ximenes de Aragão; Luís Ximenes de Aragão, chamado de “Aragão”; Luiz Ximenes de Aragão, chamado de “Lili”; João Ximenes de Aragão e Aluísio Ximenes de Aragão.
Nos primeiros meses de 1904 deu apoio ao projeto político de um de seus irmãos, Luiz Ximenes de Aragão, em ingressar na vida pública do Município de Boa Viagem por meio de um mandato eletivo na Câmara Municipal de Vereadores, oportunidade em que ficou em uma das suplências.
Em 1914 foi surpreendido pela morte de sua sua filha, Júlia Ximenes Aragão, que com apenas 24 anos de idade veio a óbito deixando o seu marido, Manoel Araújo Marinho – o Nel Araújo, viúvo e na companhia de três crianças órfãs.
Mais tarde esse genro se constituiu em uma importante figura política do Município de Boa Viagem, antes disso, nos últimos meses de 1920, envolvido com as transformações políticas de sua época, foi a vez de dar total apoio a candidatura de seu filho, Luís Ximenes de Aragão, que inicialmente também pleiteou uma das vagas no Poder Legislativo municipal, e anos depois, em 1926, esse mesmo filho conseguiu ser eleito ao Poder Executivo:
“Em 1926, segundo informações dos mais antigos, foi eleito, na nossa primeira eleição direta para prefeito, o Sr. Luís Ximenes de Aragão.” (NASCIMENTO, 2002: p. 65)
No dia 2 de maio de 1939, juntamente com a sua família, partilhou da triste perda de mais um ente querido, o ex-prefeito Luís Ximenes de Aragão.
Sobre ele, que era um de seus companheiros de noitadas, Antenor Gomes de Barros Leal nos deixa algumas de sua memórias e de seus vícios:
“… o Coronel Antônio Ximenes de Aragão, que gostava de ‘pitar’ um cachimbo de boa raiz, sempre limpo e que não ‘fedia a sarro’, dizia ele, e era verdade;…” (BARROS LEAL, 1996: p. 28-29)
No dia 17 de maio de 1944, às 14 horas, de acordo com registro existente no livro C-03 do Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 926, folha 90v, depois de muitos anos de convivência matrimonial, foi tomado de surpresa com o falecimento de sua estimada esposa.
No ano seguinte, no dia 21 de dezembro, um de seus outros filhos, Aluísio Ximenes de Aragão, assumiu às rédeas do Poder Executivo municipal de Boa Viagem no lugar de Enedina de Carvalho como interventor indicado pelo Dr. Benedito Augusto Carvalho do Santos, Interventor Federal do Estado.
No pleito eleitoral ocorrido do dia 3 de outubro de 1950, quando já tinha 87 anos de idade, recebeu com alegria a notícia da eleição de Aluísio Ximenes de Aragão como chefe do Poder Executivo municipal, que havia sido apoiado pelo seu genro, Manoel Araújo Marinho, um dos lideres da “Oligarquia Araújo”.
Depois disso, no dia 19 de abril de 1956, conforme as informações fornecidas por Aluísio Ximenes de Aragão, que estão contidas no livro C-07, existente no Cartório Geraldina, tombo nº 2.263, página 76v, faleceu na cidade de Boa Viagem, aos 93 anos de idade.
Logo após o seu falecimento, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado por seus familiares no Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, Centro.
BIBLIOGRAFIA:
- BARROS LEAL, Antenor Gomes de. Avivando Retalhos – Miscelânea. 2ª edição. Fortaleza: Henriqueta Galeno, 1983.
- BARROS LEAL, Antenor Gomes de. Recordações de um Boticário. 2ª edição. Fortaleza: Henriqueta Galeno, 1996.
- IBGE. Histórico do Município de Boa Viagem. Disponível em http://cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=230240&search=ceara|boa-viagem|infograficos:-historico. Acesso no dia 13 de julho de 2017.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO. Livro de tombo dos registros de batismo. 1847-1853. Livro 32. Página 99.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. A História da Instrução Pública no Município de Boa Viagem: A sua formação pedagógica e social entre 1864 e 1931. Dissertação apresentada a Flórida Christian University, 2019.
HOMENAGEM PÓSTUMA:
- Em sua memória, na gestão do Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, através da lei nº 139, de 12 de março de 1970, uma das ruas do Bairro Ponte Nova, na cidade de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura.
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