Antônio Vieira da Silva nasceu no dia 10 de outubro de 1914 no Município de Catolé do Rocha, que está localizado no Sertão paraibano, distante 411 quilômetros da cidade de João Pessoa, sendo filho de Martins José da Silva e de Francisca Vieira de Freitas.
Os seus avós paternos se chamavam José Antônio da Silva e Delfina Maria da Conceição, já os maternos eram Pedro Vieira Carneiro e Maria Floriana de Morais.
Quando nasceu a sua mãe lhe deu a luz em um local denominado de Riacho dos Cavalos, que anos mais tarde, na década de 1960, recebeu a sua autonomia política.
“O sítio Riacho dos Cavalos foi a verdadeira origem do atual Município que lhe levou o nome… A colonização ou descoberta do território que hoje é o município, deu-se a par com a colonização de Catolé do Rocha, pelos idos de 1774… Quanto a fundação do povoado, entretanto, as datas são outras. O terreno onde seria mais tarde implantada a cidade, pertencia ao Sr. Francisco Carneiro Vaz, conhecido na intimidade como ‘Véi’ Carneiro ou Major ‘Véi’, que doou parte de sua terra, para que servisse de patrimônio da Igreja que seria futuramente ali construída, sob a invocação de São Francisco, o santo de sua devoção, que seria óbvio, o padroeiro da cidade. A construção da Igreja foi iniciada pouco tempo depois, e só foi concluída em 1934.” (IBGE, 2000: Disponível em https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/riacho-dos-cavalos/historico. Acesso no dia 4 de dezembro de 2023)
Nos últimos anos da década de 1920, por conta do baixo preço das terras existentes no Estado do Ceará, o seu pai deixou o Sertão paraibano e se instalou com a sua família na localidade de Pitombeira, na zona rural do Município de Boa Viagem:
“O primeiro desse grupo de paraibanos, Martins José da Silva (∗ 1891 † 1954)…, chegou por volta de março de 1926 motivado pelo baixo preço das terras cearenses… Ele era viúvo… Com o falecimento de sua primeira esposa contraiu novas núpcias. Dessa vez, com Maria Margarida de Andrade (∗ 1875 † 1962), mais conhecida como Marizinha, com quem decidiu vir para o Estado do Ceará… chegando ao Município de Boa Viagem, adquiriu uma propriedade de 300 ha., juntamente com Manoel Vieira de Lima, irmão de Quintiliano Vieira Lima, no valor de 8 mil contos de réis, denominada de Fazenda Pitombeira, e pertencente ao sogro de José Vieira de Lima, Teófilo da Costa Oliveira.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 189-191)
Era comerciante e segundo informações existentes no livro B-09, pertencente à secretaria da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, no dia 3 de dezembro de 1937, diante do Pe. Irineu Limaverde Soares, contraiu matrimônio com Raimunda Mendes da Silva, que nasceu no dia 14 de dezembro de 1914, sendo filha de Francisco Melchiades Mendes e de Maria Luíza de Queiroz.
Desse matrimônio foram gerados sete filhos, quatro homens e três mulheres, sendo eles: David Mendes da Silva, Levi Mendes da Silva, Maria de Lourdes da Silva Alves, Juraci Mendes da Silva, José Mendes Vieira, Jovelina Vieira Vaz e Juvenal Vieira da Silva.
Mais tarde, no dia 4 de outubro de 1939, segundo informações existentes no livro B-07, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 412, folha 95v, confirmou os seus votos em uma cerimônia de matrimônio civil.
Nos primeiros anos da década de 1950, juntamente com a sua família, deu sustentação política ao desejo de seu irmão, Joaquim Vieira da Silva, em ingressar na vida pública do Município de Boa Viagem, constituindo-se no primeiro cristão de confissão protestante a trilhar esse caminho:
“No dia 3 de outubro de 1954, desejando entrar na vida pública por meio de uma das cadeiras da Câmara Municipal de Vereadores, militando nos quadros políticos da UDN – a União Democrática Nacional, foi conduzido a um mandato eletivo na segunda vaga existente no Poder Legislativo do Município de Boa Viagem. No pleito eleitoral seguinte, que ocorreu no dia 3 de outubro de 1958, ainda compondo a bancada da UDN, conseguiu ser reconduzido ao exercício de um segundo mandato eletivo. Algum tempo depois pediu licença de seu cargo, em seu lugar assumiu o suplente, o Vereador Antônio de Queiroz Sampaio.” (SILVA JÚNIOR, 2015: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/joaquim-vieira-da-silva/. Acesso no dia 5 de janeiro de 2017)
Nessa mesma época, desejando ver a realização de um velho desejo de seu pai, deu sustentação financeira para construção do templo da Igreja Evangélica Congregacional de Pitombeira:
“Ele foi construído graças à generosa contribuição de alguns irmãos. Dentre eles destacamos: Sebastião Alves da Silva, que contribuiu com 100 cruzeiros, Antônio Vieira da Silva, mais conhecido como Antônio Martins, que também contribuiu com 100 cruzeiros; e José Gomes de Oliveira, que contribuiu com 80 cruzeiros.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 198)
Segundo informações existentes em uma assembleia ocorrida no dia 6 de junho de 1958, juntamente com outros comerciantes, foi afastado da comunhão por insistir em abrir o seu estabelecimento comercial aos domingos, contrariando o artigo 37 do Regimento Interno da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem.
“Não tendo, porém, a assembleia se pronunciado sobre a matéria em foco, o sr. presidente sugeriu que se reformasse o Regimento Interno da igreja, revogando-se o parágrafo 5º do artigo 37 do mesmo, a fim de que a igreja não fosse constrangida a disciplinar tantos e tão úteis membros”.
Pouco tempo depois dessa polêmica, graças a um projeto de lei encaminhado à Câmara Municipal pelo Vereador Joaquim Vieira da Silva, foi sugerido o fechamento do comércio aos domingos, algo que não foi aprovado no primeiro momento, mas que retornou à pauta da legislatura que se seguiu e foi aprovado sem suscitar muitas divergências.
No dia 13 de fevereiro de 1991, juntamente com os seus familiares, lamentou a dura perda de uma de suas irmãs, Celsina Vieira de Freitas.
No dia 30 de novembro de 2001 foi a vez de sofre a perda de um de seus filhos, David Mendes da Silva e pouco tempo depois, no dia 6 de outubro de 2002, foi a vez de seu irmão, Argemiro Vieira da Silva.
Faleceu na cidade de Fortaleza, prestes a completar 92 anos de idade, no dia 1º de setembro de 2006.
Logo após o seu falecimento, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado por seus familiares no Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, Centro.
BIBLIOGRAFIA:
- FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
- IBGE. História de Riacho dos Cavalos. Disponível em https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/riacho-dos-cavalos/historico. Acesso no dia 4 de dezembro de 2023.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de registro de casamentos. 1936-1939. Livro B-09. Tombo nº 103. Página 37.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Andarilhos do Sertão. A Chegada e a Instalação do Protestantismo em Boa Viagem. Fortaleza: PREMIUS, 2015.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Joaquim Vieira da Silva. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/joaquim-vieira-da-silva/. Acesso no dia 5 de janeiro de 2017.
- VIEIRA FILHO, José. Minha História, Contada por Mim. Fortaleza: LCR, 2008.
HOMENAGEM PÓSTUMA:
- Em sua memória, na gestão do Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, através da lei nº 985, de 19 de dezembro de 2007, uma das ruas do Bairro Osmar Carneiro, na cidade de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura.
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