Antônio Serafim de Santos nasceu no dia 7 de setembro de 1935 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Manoel Serafim dos Santos e de Raquel de Sousa Mendes.
Os seus avós paternos se chamavam Antônio Serafim dos Santos e Raimunda Nunes de Freitas, já os maternos eram Vicente Ferreira Lima e Maria Fausta Lima.
Na época em que nasceu o Município de Boa Viagem não dispunha de uma casa de parto, fato que obrigou aos seus pais a contar com os valiosos serviços de uma parteira na localidade de Cabeça do Boi, onde passou grande parte de sua infância.
“O pai trabalhava na roça, era carpinteiro e pedreiro. A mãe fazia renda, daquelas que recorrem à almofada com bilros e ao papelão pinicado que deve ser seguido como trilha ou ‘programa’ de computador. O casal teve 22 filhos, sendo quatro homens.” (CARVALHO, 2018: p. 67)
Algum tempo depois do seu nascimento, por conta do falecimento de sua mãe e do novo matrimônio de seu pai, passou aos cuidados de seus irmãos mais velhos, dentre eles Antônio Serafim de Sousa, Francisco Serafim de Sousa, Frutuoso Serafim de Sousa e Margarida Serafim de Sousa.
Mais tarde, tendo um de seus irmãos com um nome semelhante ao seu, ficou sendo chamado inicialmente no seio familiar pelo apelido de “Sitonho”, alcunha que logo se tornou a sua identidade entre todos os seus conhecidos, época em que aprendeu de ouvido a tocar rabeca com o seu pai e seus irmãos.
“Quando visitamos a casa/oficina de Zé Martins, no Olho d’Água dos Facundos, em Boa Viagem, fomos surpreendidos pela chegada de um amigo dele, rabequeiro das antigas, e com histórias curiosas para contar… Contou muitas histórias, umas que envolviam brigas durante as festas, com muito exagero e valentia, outras em que divagava sobre os folguedos que animava com sua rabeca, como a Dança de São Gonçalo e as empanadas dos bonecos. Seus olhos brilham quando fala nos reisados, o grande momento de congraçamento das comunidades. A rabeca fazia a trilha e ele fala ainda hoje do baião, da dança da burra, do boi, de tudo o que faz a festa do período que vai do Natal ao Dia de Reis. Antônio Serafim se refere a dois irmãos tocadores, o finado Sitonho e Frutuoso Serafim, que vive em Boa Viagem. Família musical a dele..” (CARVALHO, 2018: p. 67)
Em 1959 contraiu matrimônio religioso com Nazaré Souza dos Santos, nascida no dia 12 de fevereiro de 1942, sendo filha de Cícero José de Souza e de Virgínia Alves de Souza, que residiam na localidade de Riacho Verde.
Depois disso, segundo informações existentes no livro B-07, pertencente ao Cartório Leitão, 1º Ofício, folha 263, tombo nº 264, no dia 15 de dezembro 1959, na cidade de Monsenhor Tabosa, diante do Sr. Sabino Rodrigues Pessoa, juiz de casamentos, confirmou os seus votos em uma cerimônia de efeito civil.
Desse matrimônio foram gerados dez filhos, oito homens e duas mulheres, sendo eles: José Sousa dos Santos, José Oliveira dos Santos, Antônio Lucineu dos Santos, Antônio Francisco dos Santos, Antônio Filho Sousa dos Santos, Josemir Sousa dos Santos, Antônio Irineu de Sousa Santos, Edilson Sousa dos Santos, Maria Aurizete Sousa dos Santos e Antônia dos Santos Brasil.
Depois de casado, passou a residir na localidade de Riacho dos Fernandes, onde com muita dignidade construiu a sua casinha e sustentou a sua família como pequeno produtor rural, cuidando de seu gado e de suas plantações, edificando também um pequeno açude para ser o reservatório d’água de seu pequeno sítio.
Na eleição municipal que ocorreu no dia 7 de outubro de 1962, juntamente com a sua família, deu apoio ao projeto político de seu primo, José Serafim dos Santos – o Zé Adolfo, em conseguir uma das cadeiras na Câmara Municipal de Vereadores de Boa Viagem.
Nos primeiros meses de 1991, na gestão do Prefeito Benjamim Alves da Silva, prestou concurso público junto ao Governo Municipal concorrendo ao cargo de vigilante, sendo lotado na Escola de Ensino Fundamental Jessé Alves da Silva, função que ocupou pouco tempo, pois algum tempo depois resolveu retornar a sua propriedade.
Segundo informações existentes no livro C-06, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, folha 226, tombo nº 4.769, faleceu em sua propriedade na manhã do dia 5 de julho de 2006, aos setenta anos de idade.
Logo após o seu óbito, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado por seus familiares no mausoléu da família existente no Cemitério de Santa Ana, que está localizado na Rua Antônio de Sousa Lima, s/nº, esquina com a Rua Militão Venâncio da Silva, no Centro da vila de Várzea da Ipoeira, a sede do Distrito de Várzea da Ipoeira, distante 18 quilômetros do Centro da cidade de Boa Viagem, no Município de Boa Viagem, no Estado do Ceará.
BIBLIOGRAFIA:
- CARVALHO, Gilmar de. Tirinete – Rabecas da tradição. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2018.
- FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
Pingback: BIOGRAFIAS | História de Boa Viagem
Pingback: JULHO | História de Boa Viagem
Pingback: SETEMBRO | História de Boa Viagem
Pingback: RABEQUEIROS DE BOA VIAGEM | História de Boa Viagem