Antônio Marinho Falcão nasceu no dia 2 de julho de 1833 no Município de Quixeramobim, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Bernardo Marinho Falcão e de Francisca Umbelina de Magalhães.
Os seus avós paternos se chamavam Manuel de Melo Pereira e Teresa Maria de Melo, já os maternos eram Francisco Teixeira de Magalhães e Vicência de Leitão Arnaud.
Na época do seu nascimento a cidade de Boa Viagem, que era denominada pela alcunha de “Cavalo Morto”, era apenas um pequeno povoado pertencente ao Município de Quixeramobim.
“Distrito criado com a denominação de Boa Viagem, ex-povoado de Cavalo Morto, pela lei provincial nº 1.025, de 18 de novembro de 1862. Elevado à categoria de vila com a denominação de Boa Viagem, pela lei provincial nº 1.128, de 21 de novembro de 1864, desmembrado de Quixeramobim.” (IBGE, 2000: Disponível em http://cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=230240&search=ceara|boa-viagem|infograficos:-historico. Acesso no dia 13 de julho de 2017)
Mais tarde, segundo informações existentes no livro B-05, pertencente à secretaria da Paróquia de Santo Antônio de Quixeramobim, página 206, no dia 18 de outubro de 1853, na Capela de Nossa Srª da Boa Viagem, diante do Pe. Manoel Rodrigues Campos, contraiu matrimônio com Maria Ignácia de Jesus, sendo filha de João Lobo dos Santos e de Maria de Nazareth.
Desse matrimônio foram gerados vários filhos, entre eles citamos: Francisco de Assis Marinho, Manoel de Assis Marinho, João de Assis Marinho e Maria Amélia de Araújo, que foi esposa de Manoel Duarte de Araújo, um importante líder político do Município de Boa Viagem no início do século XIX.
No Município de Boa Viagem tinha uma propriedade na localidade de Croatá, nas proximidades do Rio Capitão-Mor, sendo escravagista, detinha em sua posse mão-de-obra escrava, existindo registro de suas negociações em 1865
Mais tarde, na eleição municipal ocorrida no dia 7 de setembro de 1873, militando nos quadros políticos do PL – o Partido Liberal, conseguiu ser eleito suplente de vereador do Município de Boa Viagem na legislatura que ocorreu até 1877. Um fato curioso desse pleito é que, nessa disputa, o seu irmão Joaquim Marinho Falcão também disputou uma das cadeiras do Poder Legislativo.
Nesse período, segundo informações existentes do periódico “A Constituição”, edição do dia 1º de novembro de 1874, sem poder acumular funções públicas, foi demitido de sua função de sub-delegado:
“O Presidente da Província, tendo na maior consideração o quanto informa o Dr. chefe de polícia em ofício de 29 do corrente mês sob o nº 781, com referência ao procedimento irregular do 3º suplente de delegado de polícia do Quixeramobim, Manoel José Jacinto Pimentel, e subdelegado de Boa Viagem, Antônio Marinho Falcão, resolve demiti-los, a bem do serviço público, e ordena que sejam responsabilizados; para que se expedirão as necessárias ordens: o que cumpra-se.”
Por diversas vezes chegou a assumir as suas responsabilidades de suplente de vereador no plenário da Câmara Municipal de Vereadores, quando havia a ausência do titular da cadeira.
Nessa legislatura, que teve início em julho de 1873, o Município passou por uma estiagem e os produtores sofreram com graves problemas financeiros, mesmo assim, no exercício de seu mandato, deu apoiou a execução das seguintes ações: o recebimento de um imóvel para servir de cadeia, uma doação que foi realizada por José Duarte de Araújo; o recebimento de doação financeira feita por Ana Gonçalves Leal para construção de uma Casa de Cadeia e Câmara; o acompanhamento da arrematação e aplicação dos impostos camarários, entre eles o da décima urbana; o acompanhamento da adequação do comércio do Município ao novo sistema de pesos e medidas determinado pelo Governo Imperial; a aprovação do orçamento para manutenção da escola existente na vila; o acompanhamento da comunicação com o Governo da Província sobre os produtos cultivados no Município; o acompanhamento da resolução do litígio de limites com o Município de Tamboril, quando Boa Viagem perdeu autonomia sobre o perímetro do povoado de Telha, atual cidade de Monsenhor Tabosa.
BIBLIOGRAFIA:
- ALMEIDA, Nilton Melo. Judeus no Ceará (séculos XIX e XX). São Paulo: Intermeios, 2016.
- ARAÚJO LIMA, Francisco Augusto de. Siará Grande. Uma província portuguesa no nordeste oriental – Genealogia luso – cearense. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2016.
- CAVALCANTE MOTA, José Aroldo. História Política do Ceará (1889-1930). Fortaleza: ABC, 1996.
- FERREIRA NETO, Cicinato. A Tragédia dos Mil Dias: A seca de 1877-79 no Ceará. Fortaleza: Premius, 2006.
- IBGE. Histórico do Município de Boa Viagem. Disponível em http://cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=230240&search=ceara|boa-viagem|infograficos:-historico. Acesso no dia 13 de julho de 2017
- PARÓQUIA DE SANTO ANTÔNIO DE QUIXERAMOBIM. Livro de assentos dos casamentos. 1844-1859. Livro B-05. Página 206.
- PEIXOTO, João Paulo M. & PORTO, Walter Costa. Sistemas Eleitorais no Brasil. Brasília: Instituto Tancredo Neves, 1987.
- VIEIRA JÚNIOR, Antônio Otaviano. Entre Paredes e Bacamartes. História da Família no Sertão (1780-1850). Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2004.
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