Antônio Lopes de Mesquita Galvão

Antônio Lopes de Mesquita Galvão nasceu no dia 17 de abril de 1862 no Município de Santa Quitéria, que está localizado na região Noroeste do Estado do Ceará, distante 222 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Antônio Matias de Magalhães Oliveira e de Felisbela Maria de Barros.
Os seus avós paternos se chamavam Antônio Lopes Freire e Ana Manuel de Oliveira, já os maternos eram João de Barros Galvão e Maria Rodrigues de Farias.
Em uma data incerta e por motivo desconhecido viveu grande parte de sua vida no Município de Boa Viagem, onde exerceu destacada atuação política.
Foi casado com Maria Pia Martins Galvão, que era filha de Miguel Martins Leitão com Luísa Maria de Alcântara, com quem gerou apenas uma filha, que se chamava Amabélia Martins Galvão.
Foi agropecuarista e possuía suas terras na localidade de Belém do Biés, dentro do Distrito de Ibuaçú, tendo adquirido também uma propriedade no Poço Grande.
No dia 29 de novembro de 1882, em um discurso de repúdio proferido na tribuna da Assembleia Provincial do Ceará, o Deputado João Paulino de Barros Leal relatou as condições de convivência entre as autoridades nomeadas pelo Governo da Província e os criminosos da região:

“O delegado e subdelegado de Independência convivem com criminosos de morte, com eles se divertindo em sambas, onde os seus brasões ou as suas proezas são contadas por aqueles ao som da infalível viola, como há pouco sucedeu na povoação das Vertentes, entre aquelas autoridades e o criminoso Julião, ex-escravo de D. Luíza de Matos, feroz assassino do infeliz Antônio Joaquim; como muitas vezes tem sucedido entre o subdelegado de polícia do Distrito de Belém, termo de Quixeramobim, Antônio Lopes de Mesquita Galvão, e os criminosos Joaquim, Geracina (mais outros, nomeia) reunidos desfrutam os sambas da serra do Machado, nos quais figuram de músico o subdelegado, com o seu realejo, e um dos criminosos com a sua rabeca, para fazer dançar os demais…” (MARTINS FILHO, 2000: p. 139)

Mesmo depois desse inflamado discurso, que envolveu o seu nome, segundo as informações existentes no periódico abolicionista O Libertador, ano 3, nº 279, página 2, edição do dia 20 de dezembro de 1883, foi novamente nomeado sub-delegado no Município de Boa Viagem exercendo esse ofício na comunidade de Belém do Biés, onde era produtor rural.
Alguns anos depois desse incidente, que foi relatado na Assembleia da Província, conseguiu ser eleito intendente do Município de Boa Viagem, ocasião em que substituiu Salviano de Sousa Leitão.

Imagem de Antônio Lopes de Mesquita Galvão e a sua família.

Assumiu essa função pública depois de ter sido escolhido pela Câmara Municipal de Vereadores do Município de Boa Viagem para o exercício do cargo entre os dias 28 de setembro de 1912 ao dia 21 de abril de 1914, quando foi substituído por Josias Barbosa Maciel.
Segundo as informações contidas no relatório do Recenseamento dos Estabelecimentos Rurais do Estado do Ceará, documento que foi publicado no dia 1º de setembro de 1920 pelo Ministério da Agricultura, Comércio e Indústria, página 35, era agropecuarista e a sua propriedade era localizada em um local denominado de Lajes dos Sousas.
No dia 7 de dezembro  de 1947, com a redemocratização do país, prestou apoio ao desejo de seu neto, Mozart Galvão Monteiro, em ingressar na vida pública por meio de um mandato eletivo na Câmara Municipal de Vereadores.
Segundo informações existentes no livro C-01, pertencente ao Cartório de Registro Civil Conceição Gomes, da vila de Ibuaçu, 1º Ofício, tombo nº 60, folha 11v, faleceu às 6 horas da manhã, aos 93 anos de idade, no dia 3 de fevereiro de 1955.
Logo após o seu óbito, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado por seus familiares no mausoléu da família existente no Cemitério de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que está localizado na vila de Ibuaçu, no Município de Boa Viagem.

BIBLIOGRAFIA:

  1. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.