Anastácio Pereira Lobo

Anastácio Pereira Lobo nasceu no dia 26 de janeiro de 1946 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Francisco Teodoro Mota e de Francisca Pereira Lô.
Os seus avós paternos se chamavam Ignácio de Sousa Mota e Ana de Sousa Mota, já os maternos ainda nos são desconhecidos.
Logo após o seu nascimento passou aos cuidados do casal Francisco Lobo Cavalcante e Francisca Regina Sales, que lhe tinham como filho legítimo e o acompanharam nos momentos mais importantes de sua vida.
Nessa época, foi cuidado por suas irmãs adotivas, Maria Lobo Sales Mendes e Maria Zizi Lobo Mendes.
De acordo com às informações existentes no livro B-22, pertencente ao Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 5.235, folha 67v, no dia 7 de novembro de 1970, aos 24 anos de idade, diante do Dr. Francisco das Chagas Oliveira, contraiu matrimônio com Maria Socorro Alves Lobo, que é nascida no dia 14 de novembro de 1949, sendo filha de Antônio Alves Pinto e de Maria Delsa Alves Pinto.
Desse feliz matrimônio foram gerados três filhos, dois homens e uma mulher, sendo eles: Sidnei Alves Lobo, Luciana Alves Lobo e Leonardo Alves Lobo.
Pouco tempo depois de seu casamento, sem ter muitas perspectivas profissionais em Boa Viagem, resolveu tentar a sorte no Estado de São Paulo, hábito comum naquela época entre os nordestinos.
Depois disso, no dia 18 de novembro de 1974, aos 28 anos de idade, conseguiu a sua primeira habilitação como motorista, algo que ajudou a definir a sua profissão.
Nos últimos anos da década de 1970, quando resolveu retornar para o Estado do Ceará, passou a residir na Rua Antônio Domingues Álvares, nº 314, no Centro da cidade de Boa Viagem, até conseguir uma de suas maiores conquistas, a casa própria, que está localizada na Rua 26 de Junho, nº 353, Centro.
Residindo na cidade de Boa Viagem, durante muitos anos serviu como motorista particular do agropecuarista e político José Vieira Filho – o Mazinho, por quem nutria uma declarada simpatia:

“Para mim, o Mazinho, como político com certeza que já trouxe muito progresso para Boa Viagem, por exemplo: O Banco do Brasil, o BNB, o BEC (atual Bradesco) e a Caixa Econômica Federal, que depois saiu daqui. Antes, todos os negócios eram resolvidos em Quixeramobim. Ele trouxe energia elétrica e abastecimento d’água, construiu o açude Vieirão. Em termos de honestidade, se existe político honesto e direito, ele é um. Para mim, é uma honra muito grande trabalhar com ele.” (VIEIRA FILHO, 2008: p. 101)

Acompanhando o Sr. José Vieira Filho em suas jornadas de campanha, conseguiu conhecer praticamente todos os problemas sociais do Município de Boa Viagem e iniciou a sua militância na vida política.
Pouco tempo depois, no pleito eleitoral ocorrido no dia 15 de novembro de 1982, militando nos quadros políticos do PDS – o Partido Democrático Social, com a legenda nº 1.623, concorreu a uma das cadeiras do Poder Legislativo municipal, quando conseguiu ser eleito ao recebeu a confiança de 477 votos, sendo o décimo segundo vereador com o maior número de votos dessa eleição.
Nessa disputa eleitoral o voto era vinculado, quando o eleitor tinha de alinhar a sua escolha entre os poderes Executivo e Legislativo sob a pena de ter o seu voto anulado: 

“Em 15 de novembro de 1982 o eleitorado brasileiro foi chamado a eleger os governadores que administrariam os seus Estados pelo interregno temporal de quatro anos, a contar de 15 de março de 1983, num pleito que envolveu cerca de 70 milhões de eleitores sendo a primeira eleição direta para governador de Estado desde os anos 1960. Neste pleito valeu o ‘voto vinculado’: o eleitor teria que escolher candidatos de um mesmo partido para todos os cargos em disputa, sob pena de anular o seu voto.” (S.N.T)

No dia 15 de abril de 1983, no exercício de sua função, apresentou requerimento à mesa diretora da Câmara Municipal solicitando ao gabinete do prefeito a reforma da Praça Antônio de Queiroz Marinho e a construção da Barragem Presidente Tancredo de Almeida Neves, na localidade de Poço da Cobra.
Pouco tempo depois, no dia 24 de junho de 1984, a convite do Prefeito José Vieira Filho, pediu licença do exercício de seu mandato para assumir a SOUSP – a Secretaria de Obras, Urbanismo e Serviços Públicos, que estava sob o comando do vereador licenciado Adonias Vieira da Silva, deixando em seu lugar o suplente, o Vereador Manoel Moreira de Melo.
No dia 5 de fevereiro de 1988 retomou a sua cadeira na Câmara Municipal até que, na sessão ordinária que ocorreu no dia 18 de março, solicitou da mesa diretora da uma licença de 180 dias para tratamento médico, em seu lugar assumiu o suplente, o Vereador Manuel Magalhães Gomes.
Nessa legislatura, embora não tenha passado todo o período de seu mandato na Câmara, apoiou os projetos encaminhados pelo gabinete do Prefeito José Vieira Filho, sendo eles: a construção do edifício anexo à Escola de Ensino Médio Dom Terceiro; a construção da Escola de Ensino Fundamental Pe. Paulo de Almeida Medeiros; a construção do edifício da Teleceará e instalação do sistema DDD; a construção do Parque de Vaquejadas e Eventos Joaquim Vieira Lima; a construção do Parque de Exposições Agropecuárias José Vieira de Lima; a construção do Açude Prefeito José Vieira Filho; a construção do Açude São José; a construção de cinquenta prédios escolares, postos de saúde e de uma Agência da Previdência Social.
No pleito eleitoral seguinte, que ocorreu no do dia 15 de novembro de 1988, dessa vez compondo a bancada do PMDB – o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, com a legenda nº 15.655, decidiu buscar a sua reeleição, mas a conjuntura política desse pleito não favorecia a sua coligação e conseguiu receber apenas a confiança de 246 sufrágios, ficando dessa vez na suplência de seu partido.
Mais tarde, no dia 11 de julho de 1989, conciliando com as suas responsabilidades profissionais, conseguiu concluir o Ensino Fundamental através do exame supletivo, ministrado pelo Departamento de Educação de Adultos da Secretaria da Educação do Ceará.
No dia 2 de abril de 1996, na gestão do Prefeito Antônio Argeu Nunes Vieira, foi contratado pela Prefeitura de Boa Viagem como motorista da Secretaria da Infraestrutura e Meio Ambiente.
No ano seguinte, no dia 2 de janeiro de 1997, na gestão do Prefeito Dr. Francisco Vieira Carneiro – o Major Carneiro, foi novamente contratado pelo Governo Municipal, dessa vez como operador de máquinas junto à Secretaria da Infraestrutura e Meio Ambiente até que, no dia 3 de março de 1998, assinou um novo contrato de prestação de serviços, dessa vez como motorista da Secretaria da Educação, Cultura e Desporto.
No pleito eleitoral do dia 1º de outubro de 2000, o primeiro a ser totalmente informatizado no Município de Boa Viagem, militando nos quadros políticos do PSDB – o Partido da Social Democracia Brasileira, com o nº 45.555, conseguiu recebeu a confiança de apenas 75 eleitores, ficando novamente na suplência de sua coligação partidária.
Pouco tempo depois, no dia 24 de janeiro de 2003, na presidência da Vereadora Rosa Vieira Fernandes, foi contratado como prestador de serviços pela Câmara Municipal de Vereadores.
Mais tarde, no dia 29 de dezembro 2006, logo após a campanha que deu a vitória nas urnas a José Vieira Filho sobre o Dr. Francisco Segismundo Rodrigues dos Santos Neto, retornou aos quadros funcionais da Prefeitura de Boa Viagem, dessa vez lotado como assessor do Gabinete do Prefeito conforme a Portaria nº 1.389.
Alguns anos depois, em 2009, já aposentado, juntamente com a sua esposa, passou a residir no Sítio Consulta, que está localizado na zona rural do Município de Pedra Branca, distante 60 quilômetros da cidade de Boa Viagem.
No dia 1º de junho de 2014, aos 68 anos de idade, quando visitava um de seus filhos, que nessa época residia na cidade de Tauá na Rua Felipe Soares Leitão, nº 55, Bairro Theresópolis, faleceu repentinamente vítima de um ataque cardíaco fulminante.
Depois disso, o seu corpo foi trazido para cidade Boa Viagem, onde recebeu as despedidas fúnebres que são de costume, que foram feitas no Edifício Vereador Raimundo de Oliveira Mota, nome da Câmara Municipal de Vereadores, sendo sepultado em logo em seguida no túmulo pertencente a sua família que existe no Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, no Centro da cidade de Boa Viagem.

BIBLIOGRAFIA:

  1. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  2. VIEIRA FILHO, José. Minha História, Contada Por Mim. Fortaleza: LCR, 2008.