Ana Dalva de Almeida Pereira nasceu no dia 4 de janeiro de 1924 no Município de Jaguaretama, que está localizado na região do Vale do Jaguaribe, distante 240 quilômetros da cidade de Fortaleza, capital do Estado do Ceará, sendo filha de Manoel Tomaz de Almeida e de Maria Ana de Jesus Almeida.
Os seus avós paternos se chamavam Lúcio Rodrigues da Silva e Maria Madalena Almeida, já os maternos ainda nos são desconhecidos.
“Palco de sangrenta luta fraticida, o Riacho das Pedras, tinto de sangue, passou a ser chamado de Riacho do Sangue. Desde 1784 já era sede da freguesia de Nossa Srª da Conceição, criada por provisão de 6 abril com território desmembrado do Curato de Icó. A Resolução Provincial de 6 de maio de 1833 elevou aquela povoação, primeira sede do atual município de Jaguaribe, à categoria de Vila. O Município foi criado pela lei nº 1179, de 29 de agosto de 1865, com sede no núcleo de Riacho do Sangue, então reerguido em vila com o nome de Riachuelo. Extinto por vários Decretos, finalmente pelo decreto nº 488, de 20 de dezembro de 1938, a vila do Riacho do Sangue passou a denominar-se de Frade, sendo elevada à categoria de cidade. A crônica popular registra que um rico fazendeiro, prestigiado em toda região, por razões desconhecidas, resolveu abandonar a vida do campo e internar-se no claustro para ser frade. Daí chamarem o lugar como sítio do Frade. Em 1956, o topônimo Frade cedeu lugar ao de Jaguaretama pela lei nº 3.155 de 8 de maio.” (IBGE, 2000: Disponível em https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ce/jaguaretama/historico. Acesso no dia 8 de janeiro de 2021)
Em sua adolescência, recebendo o valioso incentivo de seus pais, iniciou os seus estudos na cidade de Maranguape e, logo depois, no Colégio da Imaculada Conceição, em Fortaleza, onde concluiu o curso de magistério em 1948.
Depois disso, existindo uma grande necessidade de professores formados, obteve junto ao Governo do Estado uma nomeação com direito a escolha entre a cidade de Sobral e Boa Viagem, no Sertão do Estado do Ceará.
Diante dessa escolha, por conta da posição geográfica do Município de Boa Viagem em relação a sua terra natal, fez opção por Boa Viagem, onde foi recebida no dia 31 de maio de 1950 com honrarias, flores e uma boa acolhida por parte da família de Manoel Araújo Marinho – o Nel Araújo, que nessa época era o prefeito do Município e lhe deu acolhida até 1958, quando contraiu matrimônio.
“Devido ao seu prestígio popular chegou a ser eleito como chefe do Poder Executivo do Município de Boa Viagem para o mandato a ser iniciado em 25 de março de 1948 até o dia 24 de março de 1951. Nessa eleição, militando na bancada do PSP – o Partido Social Progressista, disputou o cargo com o agropecuarista João Barbosa Lima – o Noca Barbosa, candidato da União Democrática Nacional, a UDN.” (SILVA JÚNIOR, 2018: Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/manoel-araujo-marinho/. Acesso no dia 8 de janeiro de 2022)
Depois de instalada, consolidou a sua vocação em toda a sua plenitude na área educacional, tendo lotação inicial no Salão Paroquial Monsenhor José Gaspar de Oliveira, e logo depois nas Escolas Reunidas de Boa Viagem, ocasião em que substituiu à Professora Cisalpina Cunha Lima, que havia se aposentado.
Nessa época o número de docentes existentes no Município de Boa Viagem era muito pequeno, contando apenas com a Profª Nilse Ayres de Alencar Araújo, que era remunerada pelo Governo do Estado, e as professoras Antônia Ramos e Nely Almeida Campêlo, que pertenciam ao quadro docente da Prefeitura de Boa Viagem.
Em 1958 contraiu matrimônio com Emídio Pereira de Sousa, com quem gerou quatro filhos, sendo eles: Emídio Pereira de Sousa Júnior, Diana de Almeida Pereira Felipe, José Raniere de Almeida Pereira e Rita Maria de Almeida Pereira.
Depois de casada, durante muitos anos residiu com a sua família em uma confortável casa localizada na Rua Alfredo de Sousa Terceiro, s/nº, Centro.
Mais tarde, por volta de 1962, começou a compor o quadro gestor da Escola de Ensino Fundamental Pe. Antônio Correia de Sá, chegando algum tempo depois a ser a sua diretora, permanecendo nessa função até 1976.
“Para ocupar a vaga de Dona Nilce, foi nomeada a professora Ana Dalva de Almeida pereira. Com a sua competência e dinamicidade, deu continuidade aos trabalhos já realizados, procurando, sempre, o melhor para essa comunidade escolar. Foi na sua profícua administração que houve considerável aumento no quadro de professores e, consequentemente, maior número de alunos. Ainda assinou convênio com o Instituto Nacional do Livro, que trouxe benefícios aos nossos alunos e professores, como também cadastrou todos os alunos… Em 2 de outubro de 1975 a Professora Ana Dalva pediu exoneração de suas funções de diretora, ausentando-se em março do ano seguinte, quando encerrou as suas operosas atividades educacionais.” (NASCIMENTO, 2002: p. 116-117)
No dia 28 de fevereiro desse mesmo ano, em reconhecimento ao seu trabalho docente, por meio da lei nº 251, foi agraciada pela Câmara Municipal de Vereadores com um título de cidadania.
Pouco tempo antes disso, ainda na década de 1970, lecionou a disciplina História do Brasil em algumas turmas da Escola de Ensino Médio Dom Terceiro.
Durante quase todo o tempo em que esteve em Boa Viagem, gozando de grande prestígio e confiança dos juízes locais, prestou serviço ao Cartório Eleitoral da 63ª Zona Eleitoral até o dia 4 de abril de 1991.
Algum tempo depois, já idosa, foi levada pelos seus filhos para cidade de Fortaleza no intuito de ter uma melhor assistência médica, vindo a falecer no dia 15 de abril de 2016, aos 92 anos de idade.
HOMENAGEM PÓSTUMA:
- Em sua memória, na gestão do Prefeito Dr. Fernando Antônio Vieira Assef, através da lei nº 763, de 4 de outubro de 2001, uma das escolas da rede municipal, que está localizada em Aroeiras, recebeu a sua nomenclatura, algum tempo depois, diante de uma recomendação do Ministério Público, por meio da lei nº 1.118, de 30 de setembro de 2011, foi alterada para o nome de Silvana da Silva Lourenço.
- Em sua memória a turma de formandos de 2002.2, do curso de Pedagogia com habilitação em Matemática da Universidade Estadual Vale do Acaraú, Campus de Extensão em Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura.
BIBLIOGRAFIA:
- FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
- IBGE. Jaguaretama. Disponível em https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ce/jaguaretama/historico. Acesso no dia 8 de janeiro de 2021.
- MARINHO, Antônia de Lima. A Filha do Nordeste e Frutos Nordestinos. Boa Viagem: Máximos Impressões Gráficas, 2015.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Manoel Araújo Marinho. Disponível em https://www.historiadeboaviagem.com.br/manoel-araujo-marinho/. Acesso no dia 8 de janeiro de 2022.
- VIEIRA FILHO, José. Minha História, Contada por Mim. Fortaleza: LCR, 2008.
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