Adília Maria de Lima

Adília Maria de Lima nasceu no dia 22 de junho de 1904 no Município de Boa Viagem, que está localizado no Sertão de Canindé, no Estado do Ceará, distante 217 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filha de Theóphfilo da Costa Oliveira e de Francisca Juliana da Conceição.
Os seus avós paternos se chamavam João Amaro da Costa e Isabel Rodrigues dos Reis, já os maternos eram Francisco Freire da Costa e Ana Francisca de Oliveira.
Poucos tempo depois do seu nascimento, no dia 9 de outubro, seguindo os ritos da confissão religiosa de seus pais, recebeu o batismo pelas mãos do Mons. José Cândido de Queiroz Lima.
Pouco sabemos sobre a sua infância, mas acreditamos que desde cedo esteve envolvida nas atividades reservadas ao público feminino da Fazenda Triunfo, propriedade rural pertencente aos seus pais.
Nessa época, por conta das dificuldades em encontrar professores, não teve o privilégio de frequentar uma escola regular, ficando durante muitos anos praticamente analfabeta.
Ainda bem jovem, embora impedida de se envolver diretamente, acompanhou grande parte da trajetória política de seu pai, que exerceu sucessivos mandatos eletivos na Câmara Municipal de Vereadores de Boa Viagem.
Nos primeiros anos da década de 1920, no intuito de construir uma represa, o seu pai recebeu uma pequena equipe de funcionários do IFOCS – o Instituto Federal de Obras Contra as Secas.
Entre esses funcionários encontrava-se José Vieira de Lima, um jovem de origem paraibana que dentro de pouco tempo veio a se tornar o seu esposo:

“Nessa oportunidade ficou hospedado, juntamente com toda a sua equipe, na Fazenda Triunfo… Dessas paradas para o descanso surgiu o mutuo interesse entre o visitante e a bela filha de seu anfitrião.. De início… não aprovavam o namoro, temiam que o seu misterioso visitante fosse casado, um jagunço ou quem sabe um desertor do cangaço, algo comum naquela época… Certo dia, não sabemos se por esquecimento ou de propósito, deixou o seu paletó no encosto de uma cadeira na casa de seu anfitrião, que logo foi cuidadosamente revistado pela sua curiosa futura consorte. Em um dos bolsos do paletó foi encontrada a prova tão desejada, uma carta enviada recentemente do Estado da Paraíba que fora escrita por sua mãe. Sem demoras… procurou quem soubesse ler, pois queria saber o teor daquela misteriosa carta, pretendia juntar as provas que confirmassem a boa índole de seu amado.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p)

Segundo informações existentes no livro B-06, pertencente à secretaria da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, tombo nº 76, folha 14, no dia 19 de outubro de 1922, na Fazenda Jantar, diante do Mons. José Cândido de Queiroz Lima, contraiu matrimônio com José Vieira de Lima, que era nascido no dia 28 de agosto de 1896, sendo filho de Quintiliano Vieira Lima com Felisbela Vieira de Freitas.
Dessa feliz união foram gerados nove filhos, seis homens e três mulheres, sendo eles: Enéas Vieira LimaJosé Vieira de Lima Filho, Zeneida Vieira Bruno, Zeleida Vieira Carneiro, Maria Vieira de Lima Saintrain, Francisco Vieira Carneiro, Antônio Vieira Carneiro, José Maria de Lima e José Vieira Filho.
Logo depois de casada passou a residir com o seu esposo na Fazenda Jantar, herança de seus pais, onde durante a sua vida cercou os seus filhos e netos com educação e carinho.
Nos últimos anos da década de 1940, mesmo pondo em risco a sua vida, esteve ao lado do seu esposo quando esse se envolveu na política local, primeiramente como vereador e logo depois como candidato a prefeito:

“Em 1950, meu pai era candidato a prefeito e sofreu várias ameaças, tais como: altas horas da noite bateram nas porteiras, anexas à casa da fazenda. Certamente, eles esperavam que meu pai saísse no escuro, pensando que os animais estivessem fugindo do curral, mas isso não aconteceu. Então eles bateram em uma janela da casa. Meu pai estava armado, dentro da casa; minha mãe acendeu a lamparina e os bandidos fugiram.” (VIEIRA FILHO, 2008: p. 52)

Pouco tempo depois, nos últimos meses de 1943, o seu coração se encheu de angústia quando o seu primogênito, Enéas Vieira Lima, partiu para cidade de Fortaleza no intuito de receber instrução militar e embarcar para Europa, onde aconteciam algumas das batalhas da 2ª Guerra Mundial.
No final da década de 1950, padecendo de fortes e constantes dores na cabeça, descobriu a existência de um tumor, doença que lhe levou ao óbito, na cidade de Fortaleza, no dia 15 de março de 1960.
Logo após o seu falecimento, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado por seus familiares no Cemitério São João Batista, que está localizado na Rua Pe. Mororó, s/nº, Centro, na cidade de Fortaleza.

HOMENAGEM PÓSTUMA:

  1. Em sua memória, na gestão do Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, através da lei n° 137, de 8 de novembro de 1969, a unidade hospitalar do Município de Boa Viagem recebeu o seu nome, onde também foi colocado sua efígie;
  2. Em sua memória, na gestão do Prefeito Dr. Fernando Antônio Vieira Assef, através da lei nº 763, de 4 de outubro de 2001, uma unidade escolar da rede municipal recebeu a sua nomenclatura.

BIBLIOGRAFIA:

  1. MARINHO, Antônia de Lima. A Filha do Nordeste e Frutos Nordestinos. Boa Viagem: Máximos Impressões Gráficas, 2015.
  2. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  3. PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de tombo dos batismos. 1898-1905. Livro A-08. Tombo nº 248. Página 166v.
  4. PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de tombo dos casamentos. 1922-1924. Livro B-06. Tombo nº 76. Página 14.
  5. SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Andarilhos do Sertão. A Chegada e a Instalação do Protestantismo em Boa Viagem. Fortaleza: PREMIUS, 2015.
  6. VIEIRA FILHO, José. Minha História, Contada por Mim. Fortaleza: LCR, 2008.

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