Adalgisa Fragoso Vieira nasceu no dia 13 de dezembro de 1929 no Município de Pombal, que está localizado no Sertão paraibano, distante 371 quilômetros da cidade de João Pessoa, sendo filha de Cícero Fragoso Vieira e de Maria Vieira de Andrade.
Os seus avós paternos se chamavam Manoel Maria de Jesus e Antônia Vieira de Freitas, já os maternos eram Lucas Vieira de Freitas e Raquel Vieira de Andrade.
Nos primeiros anos de sua infância, quando residia no Sítio Jacu, que está localizado na zona rural do Município de Pombal, propriedade pertencente ao seu avô paterno, um simples acontecimento foi determinante para muitas mudanças que aconteceram na trajetória de sua vida:
“Tudo teve início quando uma simples revista, que acreditamos ser de escola dominical, chegou às mãos de Cícero Vieira de Freitas através de um protestante, que se chamava Adão e morava no Sítio Jericó, uma localidade vizinha.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 142)
Essa revista, que se tornou objeto de profundo interesse dos moradores daquela pequena localidade, principalmente entre alguns dos membros de sua família, deu origem a uma série de questionamentos sobre o comportamento e a fé cristã.
Dentro de pouco tempo Cícero Vieira de Freitas, um dos mais interessados nesse assunto, que era tio do pai de Adalgisa, conseguiu entrar em contato com o Rev. Harry George Briault, um missionário inglês que era pastor da Igreja Evangélica Congregacional de Campina Grande e que gentilmente atendeu ao convite.
Quando visitava o Sítio Jacu, o Rev. Briault costumava utilizar o alpendre da casa do pai da pequena Adalgisa como ponto de exposição das Escrituras Sagradas, momento em que costumava reunir um grande número de pessoas daquela e de outras localidades rurais.
Naquele tempo, declarar-se de uma confissão religiosa diferente da católica romana era correr o risco de receber diversas punições da comunidade em que se vivia, mas isso não desanimou aquela corajosa família:
“Os cultos, inicialmente, eram celebrados abertamente ao público na casa de Cícero Fragoso Vieira, sendo depois transferidos para casa de seu irmão, Daniel Fragoso Vieira.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 180)
Durante a maior parte do ano os pais da pequena Adalgisa residiam na cidade de Pombal, o seu pai era alfaiate, mas sazonalmente, dependendo da estação chuvosa, iam para propriedade de seu avô, onde com os seus outros irmãos lavravam a terra e campeavam o gado.
Essa propriedade, o Sítio Jacu, era pequena e insuficiente para alimentar todos os seus herdeiros, o que fez com que o velho patriarca buscasse uma propriedade maior e com mais recursos para sobreviver.
Nesse tempo, alguns dos seus parentes estavam residindo no Estado do Ceará, de onde rotineiramente informavam da qualidade e do baixo preço das terras cearenses, o que estimulou ainda mais o desejo de migrar do Estado da Paraíba:
“As notícias sobre as terras do Estado do Ceará não paravam de chegar ao Município de Pombal, especificamente ao Sítio Jacu, entre os familiares de Quintiliano Vieira Lima e de sua esposa, Felisbela Vieira de Freitas… Dentro de pouco tempo, outras famílias tomaram o mesmo rumo, o Estado do Ceará. Dentre elas a família de Manoel Maria de Jesus… e era casado com Antônia Vieira de Freitas, irmã da esposa de Quintiliano Vieira Lima.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 178)
Pouco tempo depois desses fatos, por volta de 1941, preste a completar 12 anos de idade, a pequena Adalgisa veio com os seus pais para o Município de Boa Viagem, onde começaram uma nova vida.
Nessa ocasião, logo que chegaram ao Município de Boa Viagem, os seus pais e demais familiares se estabeleceram em uma localidade rural que é denominada de Cachoeira dos Fragoso, onde conseguiram formar o primeiro núcleo de confissão protestante da região, a Igreja Evangélica Congregacional de Cachoeira:
“O primeiro culto nessa comunidade foi celebrado no dia 12 de dezembro de 1941, uma sexta-feira, sendo conduzido pelo Rev. Paulo Moody Davidson.” (SILVA JÚNIOR, 2015: p. 185)
No Município de Boa Viagem, depois da colheita da safra, semelhantemente ao que já faziam na cidade de Pombal, a família de Adalgisa se transferia para cidade de Boa Viagem, onde passava grande parte dos meses do ano, oportunidade em que ela recebia instrução elementar nas Escolas Reunidas de Boa Viagem, embrião do que veio a ser, um pouco mais tarde, a Escola de Ensino Fundamental Padre Antônio Correia de Sá.
Durante essas temporadas na cidade, residia com a sua família na Rua José Rangel de Araújo, nº 27, Centro.
Algum tempo depois, no dia 6 de março de 1946, com apenas 16 anos de idade, de acordo com as informações existentes no livro B-10 do Cartório Geraldina, 1º Ofício, tombo nº 1.025, folha 63, diante do Dr. Lourival Soares e Silva, juiz da comarca, contraiu núpcias com um de seus primos, Bernardino Fragoso Vieira, popularmente conhecido como Dedê, que era nascido no dia 4 de junho de 1929, sendo filho de Cícero Bernardino de Freitas com Maria Fragoso Vieira.
Nessa ocasião, no cartório da cidade de Boa Viagem, serviram como testemunhas o seu irmão, Cirilo Fragoso Vieira, e Eleotério Manoel da Silva.
Desse feliz matrimônio foram gerados sete filhos, seis mulheres e um homem, sendo eles: Aldeídes Fragoso Vieira, Aurenível Fragoso Vieira, Alda Fragoso Vieira, Sira Fragoso Vieira, Ivanilde Fragoso Vieira, Jucileide Fragoso Vieira e Eliézio Fragoso Vieira.
Pouco tempo depois de seu casamento, por conta das dificuldades de sobrevivência na zona rural, passou uma curta temporada residindo na vila de Guia e depois passou a morar na cidade de Boa Viagem, onde o seu esposo se tornou comerciário e algum tempo depois comerciante.
Na cidade de Boa Viagem, residiu com o seu esposo e filhos, na Rua Antônio Domingues Álvares, nº 296, Centro.
Ainda nessa época, passou a compor o quadro de membresia da Igreja Evangélica Congregacional de Boa Viagem, que nesse tempo estava localizada na Rua Antônio Domingues Álvares, nº 374, esquina com a Rua Padre Mororó, no Centro da cidade, aonde veio a se tornar em um dos pilares da UAF – a União Auxiliadora Feminina, agremiação religiosa que por diversas vezes chegou a presidir.
Sobre a sua vida, classificada entre os seus contemporâneos como uma boa esposa e mãe, a Profª. Irismar Soares Costa escreveu um breve testemunho de sua vida em seu trabalho de monografia:
“Depois de Davinha, nasceu Adalgisa, alva e bela. Gostava de cantar hinos evangélicos. Bem jovem, casou-se com Bernardino Fragoso Vieira, do qual teve seis filhas e um filho, morrendo precocemente de câncer.” (COSTA, 1997: p. 44)
Nos últimos meses de 1963, sofrendo com fortes dores na cabeça, com muita dificuldade descobriu a existência de um tumor maligno, fato que causou grande tristeza entre os seus familiares, que nada puderam fazer para lhe ajudar a escapar do óbito.
Pouco tempo depois, conforme as informações existentes no livro C-10 do Cartório Geraldina, tombo nº 4.081, folha 75v, o seu falecimento ocorreu na cidade de Boa Viagem no dia 11 de julho de 1965, quando estava prestes a completar 36 anos de idade.
Logo após o seu óbito, depois das despedidas fúnebres que são de costume, o seu corpo foi sepultado por seus familiares no mausoléu da família existente no Cemitério Parque da Saudade, que está localizado na Rua Joaquim Rabêlo e Silva, nº 295, no Centro da cidade de Boa Viagem.
BIBLIOGRAFIA:
- COSTA, Irismar Soares. Traços Biográficos do Rev. Ezequiel Fragoso Vieira. Monografia apresentada ao departamento de graduação da Universidade Estadual Vale do Acaraú, 1997.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
- SILVA JÚNIOR, Eliel Rafael da. Andarilhos do Sertão: A Chegada e a Instalação do Protestantismo em Boa Viagem. Boa Viagem, CE: Premius, 2010.
HOMENAGEM PÓSTUMA:
- Em sua memória, na gestão do Prefeito Benjamim Alves da Silva, através da lei nº 558, de 22 de maio de 1992, uma das ruas do Bairro Osmar Carneiro, na cidade de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura.
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