Abelardo Rodrigues Martins nasceu no dia 13 de janeiro de 1903 na cidade de Fortaleza, capital do Estado do Ceará, sendo filho de Gustavo Rodrigues de Sousa e de Maria do Carmo Rodrigues.
Os seus avós paternos se chamavam Martinho Rodrigues de Sousa e Florentina Pinheiro, já o seu avô materno era o Cel. Raimundo Balbino da Costa.
Em acordo com as informações existentes no jornal O Imparcial, ano XVI, nº 1.421, edição do dia 28 de março de 1928, foi nomeado inspetor de veículos na cidade de Fortaleza.
Nessa mesma época, sendo o comandante da Cavalaria do Estado, o seu nome costumava figurar como jockey nas competições amadoras que ocorriam no prado do Jockey Club Cearense.
Segundo informações existentes no livro 03 da Paróquia de Nossa Srª do Carmo, termo nº 712, página 10, no dia 27 de junho de 1928, diante do Pe. Nelson de Farias, contraiu matrimônio com Maria Margarida Weyne Rodrigues, nascida em junho de 1908, sendo filha de Alfredo Nunes Weyne e de Julieta Amorim Weyne.
Desse matrimônio gerou seis filhos, sendo eles: Gladys Weyne Rodrigues Cavalcante, Gladystone Weyne Rodrigues, Goebel Weyne Rodrigues, Greuze Weyne Rodrigues, Glasson Weyne Rodrigues e Glaisse Weyne Rodrigues.
Nos últimos anos da década de 1920 já compunha o Estado Maior do comando da PMCE – a Polícia Militar do Estado do Ceará, sendo designado, entre os dias 21 de maio e 26 de novembro de 1931, por conta de Revolução de 1930, para assumir a função de interventor do Município de Quixeramobim, ocasião em que o Município de Boa Viagem havia perdido a sua autonomia política, tendo como seu ultimo governante o agropecuarista Teodoro Amaro de Oliveira.
Na curta duração de seu governo destacou-se as seguintes ações: favoreceu a instrução pública do Município com a criação de cinco escolas regulares; investiu na manutenção da limpeza da cidade e na proibição da criação de animais na zona urbana, especialmente suínos; favoreceu a reforma e a conclusão do Jardim Joaquim Távora; investiu na manutenção da limpeza e na pavimentação do piso do mercado público.

Imagem do noticiário A Razão, de 25 de julho de 1931, onde consta o registro de algumas de suas ações em Quixeramobim. Quixeramobim.
Nessa ocasião, assumiu essa função no lugar do Tenente Porfírio de Lima Filho e ao ser designado para outra atividade, foi substituído pelo advogado Dr. João Hissa Asfora.
Pouco tempo depois, nos primeiros meses de 1936, fez parte do comando da tropa que invadiu o Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, no Crato, ação que lhe rendeu a promoção ao posto de 2º Tenente.
“A reação da polícia foi violenta. No dia 11 de maio foi enviado a Juazeiro o tenente Artur Pereira, acompanhado por 30 homens. O governo do Estado preparava a 1ª Companhia do 1º BC da Força Pública para deixar Fortaleza nos trens da RVC, sob o comando do 1º tenente Abelardo Rodrigues. O chefe da polícia partiu no mesmo dia de avião para o Cariri, sob o comando do capitão José Macedo. Levava, além do comandante, três fuzis FM e alguma munição. O livro conta que este destacamento de aviação não foi ao Crato para bombardear o Caldeirão. O propósito era de transportar o chefe de polícia, armas e munições. Os aviões não eram apropriados para ataques. Eram do tipo Wacco, do Correio Aéreo Nacional (CAN). Foram feitos voos de inspeção pelo capitão José Macedo, que chegou a dar algumas rajadas de metralhadora e soltou algumas granadas. Porém teve muito mais impacto a ação por terra feita contra o beato e seus seguidores. Foi terrível, segundo o estudo. Para vingar seu homem de confiança, os policiais vasculharam a serra. Instalado em Juazeiro do Norte, o capitão Cordeiro Neto resolveu ‘acabar com o povo do Caldeirão’. O ataque à comunidade foi preparado, auxiliado pelo tenente José Góis dos Santos Barros, delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), tenentes Alfredo Dias, Germano e Antônio Silva, mais o capitão Abelardo Rodrigues, comandante da Companhia.” (DIÁRIO DO NORDESTE, 2007: Disponível em https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/regiao/pesquisadora-confirma-parte-da-versao-militar-1.54365. Acesso no dia 17 de abril de 2022)
Nesse mesmo ano, conforme informações do periódico A Razão, edição do dia 13 de novembro de 1936, página 7, chefiou uma equipe de 26 voluntários que investiram na promoção de aulas de alfabetização aos praças analfabetos.
Entre os dias 28 de fevereiro e 18 de março de 1947, já com a patente de coronel, assumiu o comando da Polícia Militar do Estado do Ceará.
Mais tarde, entre 1951 e 1954, na gestão do Governador Raul Barbosa, assumiu a função de Superintendente Geral do Trânsito, sendo o responsável pela implantação dos primeiros semáforos na cidade de Fortaleza.
HOMENAGEM PÓSTUMA:
- Em sua memória, na gestão do Prefeito Alfredo de Almeida Machado, por meio da lei nº 867, de 4 de maio de 1981, uma das ruas do Bairro Duque de Caxias, na cidade de Quixeramobim, recebeu a sua nomenclatura;
- Em sua memória, na gestão do Prefeito, por meio da lei nº, uma das ruas que se estendem pelo Bairro da Barra do Ceará e Vila Velha, na cidade de Fortaleza, recebeu a sua denominação.
BIBLIOGRAFIA:
- DIÁRIO DO NORDESTE. Pesquisadora confirma parte da versão militar. Disponível em https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/regiao/pesquisadora-confirma-parte-da-versao-militar-1.54365. Acesso no dia 17 de abril de 2022.
- HOLANDA, João Xavier de. Polícia Militar do Ceará. Origem, memória e projeção. V I. Fortaleza: Imprensa Oficial do Estado, 1987.
- HOLANDA, João Xavier de. Polícia Militar do Ceará. Origem, memória e projeção. V II. Fortaleza: Imprensa Oficial do Estado, 1995.
- NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
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