Walter Batista de Santana

Walter Batista de Santana nasceu no dia 5 de outubro de 1913 no Município de Quixeramobim, que está localizado no Sertão Central do Estado do Ceará, distante 203 quilômetros da cidade de Fortaleza, sendo filho de Eudoro Batista de Santana e de Clotildes Batista de Santana.
Os seus avós maternos se chamavam Joaquim Bandeira da Silva e Tereza Correia Lima e Silva.
Segundo informações existentes no livro B-15, pertencente à secretaria da Paróquia de Santo Antônio de Pádua, tombo nº 243, folha 100v, no dia 24 de dezembro de 1935, diante do Pe. Jaime Felício de Sousa, contraiu matrimônio com Maria do Rosário de Albuquerque Santana, que era filha de Lafaiete de Albuquerque Lima e de Adélia Cordeiro de Albuquerque.
Desse matrimônio foram gerados alguns filhos, sendo que alguns deles faleceram ainda na infância, foram eles: Eudoro Walter de Santana, José Walter Batista Santana, Walter Batista de Santana Filho, Marta Maria Santana e Maria Auxiliadora Santana Soares.
Depois de casado, por volta de 1937, no governo do Intendente Anísio Mendes Pereira, ocupou a função de secretário da Prefeitura de Quixeramobim.
Na administração de Francisco Meneses Pimentel, interventor do Estado do Ceará, recebeu nomeação para assumir a função de interventor do Município de Boa Viagem no lugar de Antenor Gomes de Barros Leal, ocupando essa função entre o dia 27 de fevereiro ao dia 21 de novembro de 1945, quando foi destituído desse cargo pelo Dr. Benedito Augusto Carvalho dos Santos, que entregou essa função ao Dr. Lourival Soares e Silva.
Nesse período, de acordo com uma matéria que foi publicada no jornal A Noite, edição do dia 19 de maio de 1945, esteve presente com outras lideranças políticas do Município de Boa Viagem na convenção que deu apoio a candidatura do General Eurico Gaspar Dutra à presidência da república.

“Boa Viagem – Walter Batista de Santana, prefeito municipal, Fausto Nilo Costa, Delfino de Alencar Araújo, Antenor Gomes de Barros Leal, Francisco Araújo Filho, Ataciso Cavalcante Mota e José Rangel de Araújo.”

Pouco tempo depois desse fato, prestando concurso para o exercício da função de serventuário do Cartório de 2º Ofício, que anos mais tarde recebeu o nome de fantasia de “Cartório Vieira”, foi preterido dessa função pelo nome de Francisco Nunes Fernandes, que já era o escrivão interino desse cartório e havia se inscrito ex-ofício, não apresentando todos os documentos exigidos pelo certame.

“Interpondo recurso Walter Batista de Santana, classificado em 1º lugar, em face dos pareceres do Consultor Geral do Estado…. por ato de 7 de janeiro de 1947, resolveu o governo anular o concurso, alegando preterição das formalidades legais, ficando prejudicada a nomeação de Francisco Nunes Fernandes. Para o seu lugar, foi nomeado interinamente o cidadão José Cândido de Carvalho… Assim, tendo em vista a reclamação interposta em tempo hábil… o governador do Estado houve por bem… retificando o despacho reclamado, considerar válido o concurso. E, consequentemente, determinar a nomeação do concorrente, Walter Batista de Santana, para o cargo de 2º tabelião, candidato que alcançou o primeiro lugar no referido concurso, ficando anulada a inscrição do concorrente, Francisco Nunes Fernandes, pelos motivos expostos…” (MACÊDO, 1991: p. 147)

Mais tarde, depois da resolução desse fato, no dia 24 de março de 1947, segundo informações expostas no Diário Oficial do Estado do dia 1º de março, foi nomeado vitaliciamente para função de 2º tabelião do Cartório de Registros, Títulos, Documentos e Registro de Imóveis do Município de Boa Viagem.
No dia 25 de fevereiro de 1950, em uma nova petição, solicitou contagem de tempo de serviço público como funcionário municipal, pedindo dispensa de sua função de 2º tabelião, que foi atendida no dia 14 de novembro do mesmo ano, sendo substituído nessa função por Quintiliano Vieira Filho.
Antes do atendimento de sua solicitação de exoneração, no pleito eleitoral que ocorreu no dia 3 de outubro de 1950, desejando retornar à vida pública do Município de Boa Viagem por meio de uma das cadeiras na Câmara Municipal de Vereadores, militando nos quadros políticos da UDN – a União Democrática Nacional, conseguiu ser eleito ao receber a confiança de 232 eleitores, se consagrando como o vereador com a segunda maior votação dessa eleição.
Pouco tempo depois de assumir o seu mandato, desejando melhores condições para sobreviver, resolveu transferir-se com a sua família para cidade de Fortaleza, sendo substituído na Câmara de Vereadores por Jerônimo Alves Bezerra, que encerrou esse mandato.
Faleceu na cidade de Fortaleza no dia 
9 de julho de 1964, ainda bem jovem, prestes a completar 51 anos de idade.

BIBLIOGRAFIA:

  1. FRANCO, G. A. & CAVALCANTE VIEIRA, M. D. Boa Viagem, Conhecer, Amar e Defender. Fortaleza: LCR, 2007.
  2. MACÊDO, Deoclécio Leite de. Notariado Cearense. História dos Cartórios do Ceará. V II. Fortaleza: Expressão Gráfica, 1991.
  3. NASCIMENTO, Cícero Pinto do. Memórias de Minha Terra. Fortaleza: Encaixe, 2002.
  4. PARÓQUIA DE SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA. Livro de tombo de casamentos. 1929-1938. Livro B-15, Página 100v, Tombo nº 243.
  5. PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM. Livro de tombo de batismos. 1941-1943. Livro A-27, Página 16, Tombo nº 849.
  6. SIMÃO, Marum. Quixeramobim: Recompondo a história. Fortaleza: MULTIGRAF, 1996.
  7. VIEIRA FILHO, José. Minha História, Contada por Mim. Fortaleza: LCR, 2008.

HOMENAGEM PÓSTUMA:

  1. Em sua memória, na gestão do Prefeito José Vieira Filho – o Mazinho, através da lei nº 459, de 21 de março de 1988, uma das ruas do Bairro Centro, na cidade de Boa Viagem, recebeu a sua nomenclatura.